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Brasil O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que “não compraria” dólar acima de R$ 5,70, sinalizando que considera exagerado o nível atual das cotações

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O ministro disse que não há como fazer previsões para o câmbio. Ressaltou que a cotação do dólar depende de uma série de variáveis que dependem parte do cenário doméstico, parte do externo. (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Em entrevista Haddad disse que não compraria o dólar acima de R$ 5,70. Segundo ele, ” O câmbio não é fixo no brasil. Se eu dissesse que hoje compraria o dólar a R$ 6? Eu não compraria acima de R$ 5,70. Na minha opinião, acima de R$ 5,70 é caro. Não vou fazer recomendações de compra e venda hoje, porque não sou consultor. Acompanho no dia a dia as moedas do mundo.”

O ministro disse que não há como fazer previsões para o câmbio. Ressaltou que a cotação do dólar depende de uma série de variáveis que dependem parte do cenário doméstico, parte do externo.

— Eu não imaginaria que (o dólar) fosse chegar a R$ 4,70 em 2023. Quando assumi o Ministério da Fazenda, alguns meses depois, chegou a R$ 4,70 e eu não arriscaria a dizer que ele chegaria a tão baixo naquela ocasião — afirmou.

O ministro da Fazenda também admitiu estar preocupado com a trajetória da dívida pública no Brasil. O chefe da equipe econômica, porém, ponderou que as projeções feitas de pelo mercado sobre temas como crescimento do país e as contas públicas nem sempre se concretizam.

— Eu também estou preocupado. Nós temos que ter preocupação com a trajetória da dívida. Isso é uma preocupação do Ministério da Fazenda. Agora, eu tenho que fazer também algumas considerações sobre as projeções que são feitas e nem sempre se verificam.”

Déficit

O déficit nominal deverá passar de 7,8% do PIB em 2024 para 8,6% este ano. E a perspectiva é que a dívida pública aumente, um dos fatores de atenção do mercado.

O déficit nominal é o resultado das receitas menos as despesas do governo (resultado primário) mais o pagamento dos juros da dívida pública. É um indicador da saúde financeira do governo e mostra a trajetória da dívida pública, se vai crescer, estabilizar ou diminuir ao longo do tempo.

— O crescimento projetado no começo do presidente Lula era 0,8% no primeiro ano e 1,2% no segundo. Crescemos 3,2% no primeiro e provavelmente 3,5% no segundo. O déficit do ano passado foi de 0,1% e estava previsto em 0,8% — ponderou Haddad sobre as projeções.

A Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, prevê que a dívida pública brasileira vai continuar crescendo pelo menos até 2034. Fecha este ano em 81,4% do Produto Interno Bruto (PIB), e chega a 91,6% em 2027 e 99% em 2029.

— Vamos arrumar a bagunça que foi deixada pelo governo anterior e melhorar o ambiente de negócios — disse.

Questionado sobre novas medidas, Haddad diz que não pode anunciar ações que não foram submetidas ao presidente.

Imposto de Renda

Haddad afirmou ainda que o Imposto de Renda do país precisa ser mais progressivo.

— As pessoas de alta renda têm que pagar o mínimo. Hoje, você que ganha salário, o servidor, o trabalhador, não escolhe pagar ou não pagar imposto. É deduzido na fontes. Isso não acontece com o grande investidor. Estamos identificando esses casos. É uma quantidade pequena de brasileiros. Buscando a justiça tributária de quem hoje não paga — disse. As informações são do portal O Globo.

 

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