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Variedades “Magistral” e “devastadora”: crítica do Los Angeles Times exalta Fernanda Torres e “Ainda estou aqui”

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Jornal americano afirma que filme de Walter Salles "destaca a humanidade em vez da brutalidade". (Foto: Alile Onawale/Divulgação)

Um dos jornais de maior prestígio nos Estados Unidos, o Los Angeles Times não poupou elogios ao filme “Ainda estou aqui” e à atuação de Fernanda Torres em crítica publicada na sexta-feira (17). A poucos dias do anúncio dos indicados ao Oscar 2025, que será feito na quinta-feira (23), o veículo destacou que “atuações desse calibre sutil raramente são celebradas, mas a virada despretensiosa de Torres provou ser inegável para quem a assiste”. Num dado momento, o texto também cita o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“O fato de um filme como ‘Ainda Estou Aqui’ emergir do outro lado da presidência repressiva de Jair Bolsonaro e ser abraçado tanto no país quanto no exterior (é o filme de maior bilheteria do Brasil desde a pandemia) é uma prova da mão segura de direção de Salles que trata o assunto delicado com a seriedade que merece, ao mesmo tempo que destaca a humanidade em vez da brutalidade. Há uma elegância impressionante em suas imagens na forma como nos aproximam das pessoas, não dos horrores”, afirma a crítica, assinada por Carlos Aguilar.

O texto destaca que “transmitindo uma contenção magistral, Torres faz com que as poucas explosões de Eunice pareçam contidas” e também afirma: “E porque ela é vista como quase inquebrável, quando a tristeza escapa de seus olhos em um olhar perdido ou em um silêncio pesado, a expressão de Torres é lindamente devastadora”.

Além dos elogios a Salles e Fernanda, o crítico também destaca os trabalhos do diretor de fotografia, Adrian Teijido (que “faz do lar dos Paiva uma co-estrela mutável e uma metáfora física para o Brasil como um todo”), e dos roteiristas Murilo Hauser e Heitor Lorega (que levaram o prêmio de “Melhor roteiro” no 81º Festival de Veneza).

Expectativas

A Variety, revista especializada na indústria do entretenimento, aposta que “Ainda estou aqui” pode ter até quatro indicações ao Oscar. Em suas previsões para a edição 2025 do maior prêmio do cinema americano, a publicação diz que o longa de Walter Salles pode ser indicado nas categorias Melhor Filme Internacional, Melhor Atriz (para Fernanda Torres), Melhor Filme e, talvez, Melhor Roteiro Adaptado.

De acordo com a revista, a vitória de Fernanda Torres do Globo de Ouro (a brasileira venceu a categoria Melhor Atriz em Filme – Drama, disputando com nomes fortes como Nicole Kidman e Angelina Jolie) chamou “atenção significativa” para “Ainda Estou Aqui”, e esse momento poderia se traduzir em uma surpreendente indicação para Melhor Filme e, talvez, Melhor Roteiro Adaptado.

Resultado imprevisível

Para a Variety, o Oscar 2025 não tem um favorito claro, e esta é uma das edições mais imprevisíveis em anos recentes. A avaliação da revista leva em conta as indicações ao PGA Awards, premiação do Sindicato dos Produtores que costuma ser um bom termômetro para a categoria Melhor Filme.

Para a revista, com até 10 vagas disponíveis na categoria de Melhor Filme, os sete principais candidatos parecem estar decididos, incluindo “Anora”, “Wicked” e “Um completo desconhecido”, além de “O brutalista”, “Conclave” e “Emilia Pérez”, com apostas sólidas para “Duna: parte 2”, “Uma dor verdadeira” e “A substância”. Isso deixa um lugar altamente cobiçado ainda em jogo, com pelo menos cinco filmes disputando: “Ainda Estou Aqui”, “Setembro”5, “Sing Sing”, “Nickel Boys” e “Tudo Que Imaginamos Como Luz”.

Para a Variety, “Conclave,” “Emilia Pérez” e “Wicked” devem ter dez indicações casa; “O brutalista” e “Duna: parte Dois” devem ter oito cada.

A cerimônia do Oscar 2025 acontece no dia 2 de março, em Los Angeles.

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