Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de janeiro de 2025
Javier Milei (foto) fez um comentário em uma breve fala a jornalistas durante o baile de gala da posse de Trump
Foto: ReproduçãoO presidente da Argentina, Javier Milei, lamentou neste sábado (18), a ausência de Jair Bolsonaro (PL) na cerimônia de posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. O evento está marcado para ocorrer nesta segunda-feira (20), em Washington.
Em uma breve fala a jornalistas durante o baile de gala da pose de Trump, Milei culpou o “regime Lula” por ter barrado a presença do ex-presidente brasileiro no evento que une líderes aliados de Trump e chefes de Estado. “Bolsonaro é um grande amigo e lamento muito que o regime de Lula não o tenha deixado vir [a este evento]”, afirmou Milei.
Porém, não houve interferência do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na decisão que barrou a participação de Bolsonaro na posse. Partiu do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), o despacho que manteve a proibição de Bolsonaro deixar o País. O magistrado rejeitou a dois pedidos da defesa do ex-presidente pela devolução do seu passaporte para que ele pudesse comparecer à posse de Trump.
Moraes negou a petição original e o recurso dos advogados sob o argumento de que há risco real de “tentativa de evasão” de Bolsonaro “para se furtar à aplicação da lei penal”. O ministro destacou que o ex-presidente tem defendido a fuga do País e o asilo no exterior para os diversos condenados pelos atos extremistas do 8 de Janeiro.
Bolsonaro disse no último sábado que está constrangido por não poder comparecer à cerimônia de posse de Trump. Ele acompanhou a mulher, Michelle Bolsonaro, até o portão de embarque do aeroporto de Brasília e chorou ao falar que se sente “perseguido”. O ex-presidente será representado pela ex-primeira-dama e pelo filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Bolsonaro ainda disse esperar o apoio do líder norte-americano para reverter a sua inelegibilidade no Brasil. “Com toda certeza, se ele me convidou, ele tem a certeza que pode colaborar com a democracia do Brasil afastando inelegibilidades políticas, como essas duas minhas que eu tive”, disse Bolsonaro.
O ex-presidente não detalhou como o Trump poderia alterar as decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que o declararam inelegível por oito anos. Na avaliação de Bolsonaro, somente “a presença” do aliado dos EUA pode alterar a sua situação.
“Trump não vai admitir certas pessoas pelo mundo perseguindo opositores, o que chama de lawfare, que ele sofreu lá. Grande semelhança entre ele e eu”, afirmou. (Estadão Conteúdo)