Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de janeiro de 2025
Um novo grupo de reféns israelenses deve ser libertado no próximo sábado (25), de acordo com o principal porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari. A expectativa é que o grupo seja composto por cinco mulheres israelenses. No mesmo dia, Israel, em troca, entrega até 250 palestinos (entre 30 e 50 para cada refém).
Nos primeiros 42 dias de acordo de cessar-fogo, a previsão é que três a quatro reféns mantidos em Gaza sejam soltos a cada semana.
Nesse domingo (19), o grupo terrorista Hamas libertou as três primeiras reféns. Todas as vítimas possuem cidadania israelense e têm idades entre 24 e 31 anos.
Primeira libertação
As três mulheres fazem parte do primeiro grupo de 33 reféns que serão libertados pelo Hamas nos próximos dias. Em troca, Israel prometeu soltar prisioneiros palestinos e recuar as forças militares dentro da Faixa de Gaza.
O acordo foi assinado na última semana e deveria ter entrado em vigor às 8h30 desse domingo, pelo horário local (3h30, em Brasília). No entanto, por causa de um atraso do Hamas na divulgação dos nomes, Israel adiou o início do tratado em quase três horas.
A imprensa israelense noticiou, por volta das 12h (horário de Brasília), que as reféns já estavam com a Cruz Vermelha. Segundo as Forças de Defesa de Israel, elas passarão por avaliação médica ao chegar em Israel.
As reféns libertadas são:
* Romi Gonen, 24 anos: ela foi sequestrada em uma emboscada enquanto tentava deixar o festival Supernova.
* Emily Damari, 28 anos: a jovem possui nacionalidade britânica-israelense e foi sequestrada no Kibutz Kfar Aza, no sul de Israel.
* Doron Steinbrecher, 31 anos: enfermeira veterinária que também morava em Kfar Aza e foi rendida dentro do próprio apartamento.
Em uma publicação na conta de Israel no X, administrada pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo publicou uma imagem com os nomes e fotos dos 33 reféns que serão soltos.
Porém, a publicação não detalha quantas das pessoas nomeadas estão vivas. Dos total, 31 foram tirados de Israel em 7 de outubro de 2023.
Os outros dois reféns, que devem ser soltos, estão presos desde 2014 e 2015, respectivamente.
Entre os que devem ser libertos estão os dois reféns mais jovens mantidos pelo Hamas – Kfir e Ariel Bibas que, se vivos, possuem dois e cinco anos, respectivamente.
Acordo
Israel e Hamas chegaram a um acordo que pode colocar um fim definitivo na guerra após mais de seis meses de negociações. As conversas foram mediadas por Estados Unidos, Catar e Egito.
Confira a seguir o que prevê o texto:
1ª etapa
O cessar-fogo deveria começar às 8h30 desse domingo no horário local (3h30 no de Brasília), mas atrasou após o Hamas não divulgar quais reféns seriam libertados.
A partir das 16h no horário local (11h de Brasília), o Hamas deve entregou reféns israelenses – três mulheres vivas.
Na sequência, Israel entregou 95 prisioneiros palestinos. A lista não inclui nenhuma liderança do Hamas ou de outros grupos terroristas. Muitos são mulheres, crianças e outras pessoas que foram detidas recentemente e não foram julgadas.
No dia 25 de janeiro, Hamas entregará mais 5 mulheres israelenses vivas.
No mesmo dia, Israel, em troca, entrega até 250 palestinos (entre 30 e 50 para cada refém).
Os moradores do norte de Gaza poderão retornar a seus locais de origem, mas sem portar armas.
Tropas israelenses se retirarão do corredor Netzarim, a via principal de Gaza.
A travessia de Rafah, entre o Egito e Gaza, voltará gradualmente a operar, permitindo a passagem de pessoas doentes para tratamento fora do enclave.
Será permitido o aumento da entrada de ajuda humanitária a Gaza. A expectativa é que 600 caminhões possam entrar por dia, o triplo do máximo atingido durante o conflito.
Nas semanas seguintes, ocorrerão liberações periódicas pelos dois lados, até um total de 33 reféns israelenses — vivos ou mortos — e quase 2 mil palestinos (1.167 detidos em Gaza desde o início da guerra e 737 remanescentes detidos antes de 8 de outubro de 2023).
2ª etapa
A expectativa é que os demais reféns israelenses vivos — em geral, soldados e civis jovens do sexo masculino —, e os corpos dos que morreram sejam devolvidos. Segundo o jornal israelense Haaretz, são 98 pessoas, 36 delas, mortas.
Em troca, Israel deve sair completamente da Faixa de Gaza, permanecendo ao longo da fronteira para proteger as cidades e vilarejos fronteiriços de Israel.
3ª etapa
Negociações sobre a reconstrução de Gaza, que poderia levar anos. Há, porém, um debate sobre quem governaria a região: Israel não aceita que seja o Hamas, que hoje controla o enclave.