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Brasil Filme brasileiro “Ainda Estou Aqui” lidera bilheteria nos Estados Unidos em média de faturamento por sala de cinema

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Longa-metragem está em cartaz nas cidades de Los Angeles e Nova York, lista que deve aumentar. (Foto: Divulgação)

O longa-metragem brasileiro “Ainda Estou Aqui” estreou em circuito limitado nos Estados Unidos no último fim de semana. Em cartaz em cinco salas distribuídas entre Los Angeles e Nova York, o filme já aparece em 26ª lugar nas bilheterias do país, com um faturamento de US$ 125 mil.

Os números parecem irrelevantes perto dos US$ 11,6 milhões arrecadados até agora pelo primeiro colocado, a comédia “One Of Them Days”, mas a verdade é que o faturamento inicial de “Ainda Estou Aqui” é histórico: a produção lidera com folga as bilheterias norte-americanos no quesito média de faturamento por sala, o que significa que vendeu em média muito mais ingressos que os demais longas em cartaz.

Por sala, “Ainda Estou Aqui” faturou US$ 25 mil. Um dos favoritos ao Oscar e segundo lugar em arrecadação por sala, “O Brutalista” teve média de US$ 5,8 mil, enquanto o líder da semana ficou apenas na terceira colocação, com média de US$ 4,3 mil. Blockbusters como “Mufasa: O Rei leão” e “Lobisomem” tiveram média de pouco mais de US$ 3 mil de faturamento por sala.

Com a marca, “Ainda Estou Aqui” também fez história em comparação com outros lançamentos brasileiros nos Estados Unidos. O filme superou os US$ 88 mil arrecadados por “Cidade de Deus” quando também foi lançado em cinco salas americanas. A média de US$ 25 mil também superou marcas de “Central do Brasil” (US$ 17,9 mil) e “Cidade de Deus” (US$ 17,6 mil).

E a coisa não deve parar por aí. Na próxima semana, o longa fará sua estreia em oito novas cidades norte-americanas. Em 7 de fevereiro, haverá um lançamento nacional em 500 salas, o maior da história para um filme brasileiro. “Central do Brasil” chegou a ter no máximo 144 espaços de exibição no país, enquanto que “Cidade de Deus” alcançou 108.

Saiba mais

A adaptação da autobiografia homônima de Marcelo Rubens Paiva se concentra no Rio de Janeiro, em janeiro de 1971, para onde o ex-deputado federal Rubens Paiva (Selton Mello) voltou a residir no Brasil alguns meses antes com sua esposa, Eunice Paiva (Fernanda Torres – de 1971 a 1996 / Fernanda Montenegro – em 2014), e seus cinco filhos depois do seu autoexílio em 1964 devido à cassação de seu mandato pelo Ato Institucional Nº 1.

Apesar de ter voltado a exercer a engenharia e a cuidar de seus negócios sem deixar de lado seus momentos ao lado de sua família e seus amigos, Rubens, por continuar prestando suporte aos exilados sem comentar praticamente nada de suas atividades políticas com sua esposa e seus filhos, teve sua casa invadida, ocupada e revistada por seis homens (que, na verdade dos fatos, declararam pertencer à Força Aérea Brasileira), sendo, logo em seguida, dela levado preso para nunca mais voltar.

Um dia depois, ao passar a ter a vida pessoal sua e de seus filhos devassada por membros das Forças Armadas, Eunice é levada presa com uma de suas quatro filhas com Rubens, e sua vida é modificada para sempre.

O drama biográfico é dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro como Eunice Paiva em diferentes fases da vida, além de Selton Mello no papel de Rubens Paiva. O roteiro de Murilo Hauser e Heitor Lorega foi baseado na autobiografia homônima de 2015 escrita por Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens e Eunice. O filme foi distribuído nos mercados internacionais como “I’m Still Here”.

A trama retrata a história autobiográfica de Marcelo Rubens Paiva com enfoque na vida de sua mãe, Eunice Paiva, uma advogada que acabou se tornando ativista política na sequência da prisão e consequente desaparecimento de seu marido (em razão da qual também foi presa com uma de suas filhas, Eliana Paiva) pela ditadura militar brasileira.

Sua estreia no Festival de Veneza ocorreu em 1º de setembro de 2024, tendo sido aplaudido por dez minutos consecutivos pelo público e rendendo aclamação à atuação de Fernanda Torres. O filme foi premiado com a Osella de Ouro de Melhor Roteiro. Em outras exibições no mesmo festival, foi consistentemente ovacionado.

Posteriormente, foi selecionado para mais de 50 festivais no mundo. Foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema como representante do Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional no ÓOscar 2025. O filme será distribuído internacionalmente, incluindo os Estados Unidos, pela Sony Pictures Releasing, através do selo Sony Pictures Classics.

Nos cinemas brasileiros, foi lançado em 7 de novembro de 2024 e, mesmo tendo sido alvo de boicote, consequentemente fracassado, da direita brasileira, imediatamente tornou-se um sucesso de bilheteria, assumindo e mantendo-se na liderança da bilheteria nacional, com arrecadação de mais de R$ 72 milhões e mais de 3,3 milhões de espectadores até o momento.

Foi incluso no Top 5 melhores filmes internacionais de 2024 da National Board of Review e considerado um dos melhores filmes do ano pela revistas especializadas “BBC” e “Sight & Sound”. No prêmio Globo de Ouro de 2025, Fernanda Torres tornou-se a primeira brasileira a ganhar a estatueta de Melhor Atriz em Filme de Drama, por sua atuação no filme – que recebeu uma indicação de Melhor Filme em Língua Estrangeira. (Com informações de “O Globo”)

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