Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de janeiro de 2025
Compartilhado pela primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, o vídeo da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) em resposta a Nikolas Ferreira (PL-MG) ganhou tração nas redes sociais, atingindo 103 milhões de visualizações no Instagram. O número, contudo, ainda é um terço do alcançado por Nikolas, que supera a marca de 323 milhões na mesma plataforma, que pertence à Meta. Os parlamentares disputam argumentos sobre a medida já revogada da Receita Federal, que buscava ampliar a fiscalização em transações bancárias, incluindo o Pix.
A atuação de Nikolas neste tema encabeçou a repercussão negativa que culminou no recuo do governo federal. O vídeo que o deputado gravou para comemorar a revogação também foi mais assistido, até a publicação desta reportagem, que o de Erika Hilton.
A gravação da psolista segue os mesmos moldes do vídeo inicial de Nikolas Ferreira, mas foi publicado quatro dias após o dele, na tarde do último sábado. Também com cerca de quatro minutos de duração e em um cenário neutro, Erika só se diferencia de Nikolas em seus argumentos. Enquanto o bolsonarista criticou a fiscalização, a psolista a defende.
“Lula nunca defendeu a taxação do Pix. Muito pelo contrário, quem sempre defendeu a taxação do Pix foi o ex-ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes. Lula propôs algo que já existe. Hoje já se passa a receita federal a informação de movimentações a partir de R$ 2 mil, o governo queria era aumentar para R$ 5 mil na tentativa de constranger e coibir criminosos”, diz Erika Hilton.
Ao longo do vídeo, a psolista alfineta Nikolas Ferreira sem citá-lo nominalmente. Ela afirma que a extrema-direita agiu com o intuito de deixar a população com medo e diz que a ação foi capitaneada por parlamentares favoráveis às “jornadas exaustivas de trabalho”, em referência ao posicionamento contrário do deputado em relação à Proposta da Emenda à Constituição (PEC) pelo fim da escala 6×1, de sua autoria.
Anunciada pela Receita Federal, a nova regra consistia na ampliação da fiscalização: pessoas que movimentassem mais de R$ 5 mil teriam seus dados enviados. Esta conduta já valia antes para bancos tradicionais, mas seria expandida para os digitais, as chamadas fintechs.
Nikolas fura bolha
A gravação divulgada por Nikolas Ferreira ultrapassou a marca de 300 milhões de visualizações, tornando-se o principal conteúdo sobre o tema nas redes sociais. Ele também ganhou mais de um milhão de seguidores em um período de dois dias no Instagram, ultrapassando Lula na plataforma.
No vídeo, o deputado do PL reconhece que a medida não inferiria em taxação, mas dá a entender que as pessoas poderiam vir a ser tributadas eventualmente.
“O governo Lula vai monitorar seus gastos. E não o pix não será taxado, mas é sempre bom lembrar… A comprinha da China não seria taxada, mas foi. Não ia ter sigilo, mas teve. Você ia ser isento do imposto de renda, não vai. O pix não será taxado, mas não duvido que possa sim. Quem mais será afetado por esta medida serão os trabalhadores, que serão monitorados como se fossem grandes sonegadores”, diz Nikolas Ferreira.
Em outra parte da gravação, ele afirma que o intuito da medida é “arrecadar mais impostos” e “tirar dinheiro do bolso” dos brasileiros. As informações são do jornal O Globo.