Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2025
Léo Índio é primo dos três filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Foto: ReproduçãoDenunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, afirmou em mensagens analisadas pela Polícia Federal (PF) que se sentia abandonado e “deixado fora de tudo” pelo clã Bolsonaro. Ao longo da gestão de Jair Bolsonaro, ele era visto com frequência nos corredores do Palácio do Planalto, mesmo sem ter cargo oficial.
Léo Índio é primo dos três filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), cuja proximidade ficou conhecida. Em 2024 chegou a concorrer ao cargo de vereador em Cascavel (PR) com o nome “Léo Bolsonaro” na urna, mas ficou como suplente.
Na apuração elaborada pela Polícia Federal e que serviu como base para a denúncia da PGR, os investigadores afirmam que mensagens trocadas por Léo Índio no WhatsApp revelam “uma espécie de ressentimento por parte dele “em relação aos seus primos, filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, notadamente quando sugere falta de reconhecimento por parte do clã Bolsonaro, na oportunidade em que alega ter sido ‘deixado de fora de tudo'”.
“Há de se observar, neste e em outros diálogos, um certo distanciamento de LÉO ÍNDIO em relação aos seus primos e tio, uma vez que resta evidenciada essa mágoa por parte de LÉO, que não se sente suficientemente valorizado pelo trabalho que outrora desempenhara”, diz a PF.
Em 2023, Léo Índio foi um dos alvos da 19ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, que buscava identificar pessoas que incitaram, participaram e fomentaram os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília. Na ocasião, ele teve apreendido pela PF o aparelho celular, o passaporte e mídias. Antes disso, em janeiro, o sobrinho do ex-presidente foi alvo da terceira fase da operação.
Na denúncia encaminhada pela PGR ao Supremo Tribunal Federal (STF), Léo Índio é acusado de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta ao estado democrático de direito, associação criminosa armada e outros dois crimes.
Na denúncia, a PGR aponta que há provas suficientes de que Léo participou na execução dos atos antidemocráticos, como imagens dele em frente ao Congresso Nacional no momento em que participava da invasão e depredação às sedes dos Três Poderes.
“As informações revelam, além disso, que o denunciado também esteve envolvido em outras atividades de cunho antidemocrático, dentre elas as manifestações ocorridas acampamentos erguidos após as eleições presidenciais de 2022, em frente a unidades militares”, diz a denúncia.
Após a denúncia, a defesa de Léo Índio afirmou que “não existem efetivas provas, nos autos, quanto à participação dele no cometimento dos referidos crimes”. As informações são do portal de notícias O Globo.