Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2025
Maior premiação do cinema, o Oscar celebra anualmente as grandes produções da sétima arte, e sempre dá pano para discussão, desde a celebração dos filmes favoritos do público até as celeumas com esnobados e zebras. E, pros cinéfilos brasileiros, não podia ser diferente. Especialmente em 2025, quando “Ainda Estou Aqui” e Fernanda Torres levaram o País de volta à cerimônia.
Porém, muito antes de Walter Salles adaptar o livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o cinema nacional teve sua cota de projetos importantes reconhecidos pela Academia — embora, tecnicamente, a única vitória de uma produção nacional não tenha vindo para os nossos produtores. Abaixo, reunimos 12 principais indicações brasileiras ao Oscar, de canções, animações e dramas até o reconhecimento maior de uma diva das nossas telonas.
Ary Barroso – A primeira das indicações brasileiras ao Oscar veio em 1945, com o tema do maestro Ary Barroso para o longa Brazil (1944). Embora a produção seja tocada por produtores dos EUA, o mérito da canção é do mineiro. O longa foi parte da estratégia de aproximação cultural dos EUA com os países latino-americanos, que rendeu ainda a criação do Zé Carioca, da Disney.
O Pagador de Promessas – Clássico absoluto do cinema, ele foi a primeira indicação genuinamente brasileira ao prêmio. O longa de Anselmo Duarte disputou a edição de 1963 como Melhor Filme Estrangeiro, categoria chamada atualmente de Melhor Filme Internacional. O longa não venceu o Oscar, mas é até hoje a única produção brasileira a levar a Palma de Ouro, premiação máxima do prestigiado Festival de Cannes.
O Beijo da Mulher-Aranha – Longa do argentino naturalizado no Brasil Hector Babenco, a produção disputou o prêmio máximo da cerimônia em 1986. Embora seja uma coprodução nacional com os Estados Unidos, o longa é digno de estar nesta lista tanto por Babenco, que levou uma indicação a Melhor Direção, quanto pelo elenco com nomes nacionais, como Sônia Braga e Milton Gonçalves.
O Quatrilho – O Brasil começou uma impressionante onda de indicações em 1996, com O Quatrilho. O filme de Fábio Barreto tem Glória Pires, Patrícia Pillar, Bruno Campos e Alexandre Paternost no elenco.
O Que é Isso, Companheiro? – Dois anos depois, em 1998, o país voltou aos holofotes da Academia com o drama de ação que explora o sequestro de um diplomata norte-americano pela guerrilha armada contra a ditadura. No elenco estão Fernanda Torres e Selton Mello.
Central do Brasil – Dama do teatro, da TV e do cinema, Fernanda Montenegro fez história como a primeira atriz brasileira a concorrer à categoria máxima de atuação no Oscar, em 1999. A comovente história de Dora em Central do Brasil conquistou também uma indicação como Filme Internacional. Montenegro perdeu o prêmio para Gwyneth Paltrow, por Shakespeare Apaixonado.
Uma História de Futebol – Em 2001, o Brasil fez sua estreia na categoria de curtas, com o filme de Paulo Machline. O curta traz passagens da infância do rei Pelé, narrada por um amigo.
Cidade de Deus – Embora tenha ficado de fora da disputa de Melhor Filme Internacional em 2003, o sucesso de Cidade de Deus em exibições pelo mundo trouxe a devida atenção no Oscar de 2004, no qual a produção disputou quatro categorias. O longa de Fernando Meirelles e Kátia Lund foi indicado a Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia.
Carlinhos Brown e Sérgio Mendes – A música popular brasileira foi reconhecida novamente em 2012, com o tema da animação Rio. A canção uniu dois mestres dos ritmos brazucas, mas o gingado não foi páreo para “Man or Muppet”, tema de Os Muppets.
O Menino e o Mundo – O país estreou na categoria de animações com a produção do paulista Alê Abreu. O Menino e o Mundo concorreu na edição de 2016 do prêmio.
Democracia em Vertigem – Em 2020, veio a indicação a Melhor Documentário com Democracia em Vertigem, filme de Petra Costa. A produção retrata os bastidores do processo político que levou ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em 2016.
Ainda Estou Aqui – As mais recentes indicações brasileiras ao Oscar vieram em 2025, com Ainda Estou Aqui. O filme conta a história do desaparecimento do deputado Rubens Paiva (Selton Mello) durante a ditadura e a consequente luta da esposa, Eunice, em busca de respostas enquanto precisa cuidar da família. A produção foi indicada a Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e a Melhor Atriz com Fernanda Torres, que se torna a segunda brasileira a disputar a categoria após a mãe, Fernanda Montenegro.