Segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de janeiro de 2025
Circulam nas redes sociais publicações que afirmam que o filme brasileiro “Ainda estou aqui” – indicado em três categorias no Oscar de 2025 – recebeu recursos da Lei Rouanet, como é conhecida a Lei de Incentivo à Cultura. A informação é falsa.
Publicações falsas voltaram a circular nas redes sociais após o anúncio dos indicados ao Oscar 2025, nesta quinta-feira (23). Dirigido por Walter Salles, “Ainda estou aqui” nas seguintes categorias: melhor filme, algo inédito para o Brasil; melhor filme internacional; e melhor atriz, para Fernanda Torres.
Veja, abaixo, dois exemplos de comentários enganosos que citam a Lei Rouanet, criada em 1991 para autorizar produtores a buscarem investimento privado em iniciativas culturais. (Em troca, as empresas ganham o direito de abater do Imposto de Renda uma parcela do valor aplicado.)
– “Só de Lei Rouanet aí contei uns 3 orçamentos na saúde, uns 7 na educação uns 3 em saneamento básico. Mas calma aí que temos que estar felizes por eles estarem recebendo créditos em cima da desgraça do brasileiro […]”, diz uma publicação no X.
– Outro comentário afirma: “Pode ficar tranquilo, painho lulis já comprou tudo, só buscar o caneco, afinal ele despejou bilhões em 2 anos para os galáticos artistas ruanet, e o podre nessa história que se lasque, pobre vai ficar olhando pela tv […]”.
O Ministério da Cultura afirmou: “O Ministério da Cultura informa que o filme ‘Ainda estou aqui’ não conta com recursos públicos federais. A obra é uma produção brasileira, em regime de coprodução internacional com a França e financiada com recursos próprios”.
A pasta explica que, no caso de obras cinematográficas, a “Lei [Rouanet] só permite a destinação para obras cinematográficas de curta e média metragem”.
Seria impossível, portanto, que “Ainda estou aqui”, um longa-metragem de 136 minutos, sequer tentasse recorrer a esse tipo de recurso.
Com base na duração, há estas três categorias de produções cinematográficas, que são definidas segundo regulação da Agência Nacional de Cinema (Ancine): curta-metragem – igual ou inferior a 15 minutos; média-metragem – superior a 15 minutos e igual ou inferior a 70 minutos; e longa-metragem – superior a 70 minutos.
“Ainda estou aqui” é o primeiro filme original Globoplay. A assessoria da plataforma digital de vídeos da Globo informou: “não há nenhum recurso público no filme”.
O filme é uma adaptação do livro “Ainda estou aqui” (Alfaguara), escrito por Marcelo Rubens Paiva e lançado em 2015. A protagonista da história é Eunice Paiva (Fernanda Torres), mãe de Marcelo e de outros quatro filhos. Ao longo da trama, ela se transforma de uma dona de casa da década de 1970 em uma das maiores ativistas dos direitos humanos do país após o assassinato do marido, o ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello), pela ditadura militar. As informações são do portal de notícias G1.