Segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de janeiro de 2025
A indicação de Fernanda Torres ao Oscar de Melhor Atriz por Ainda Estou Aqui já é, por si só, uma tremenda vitória. Ela é apenas a segunda mulher brasileira a conseguir tal feito – sua mãe, Fernanda Montenegro, foi a primeira, por Central do Brasil (1998). A atriz brasileira vai tentar um feito quase inédito. Isto porque em todas as 96 edições da premiação norte-americana apenas duas atrizes conquistaram a estatueta por interpretações em filmes de língua não inglesa: Sophia Loren por “Duas Mulheres” (1960) e Marion Cotillard por “Piaf – Um Hino ao Amor” (2007).
Para vingar a lamentável derrota da matriarca para Gwyneth Paltrow (Shakespeare Apaixonado), Torres terá que vencer duas brigas: contra a favorita Demi Moore e o retrospecto desfavorável para quem não fala a língua inglesa. Será uma missão difícil, mas não impossível. Fernanda venceu o Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz em Drama, e Moore, como Melhor Atriz em Comédia ou Musical.
É seguro dizer que depois de Moore, ela seja a mais cotada ao prêmio. Isso porque o filme de Walter Salles, cineasta respeitado em Hollywood, tem sido elogiado e assistido mundo afora. Além disso, a bonita relação de Torres e Montenegro caiu bem aos olhos dos americanos e deve ser ainda mais explorada até o dia da cerimônia.
O Oscar de Melhor Atriz está presente desde a primeira cerimônia, ocasião em que Janet Gaynor venceu por sua interpretação em três distintos filmes: 7th Heaven, Sunrise: A Song of Two Humans e Street Angel. Atualmente, as indicadas são determinadas por voto único transferível de um grupo seleto de atores votantes; as vencedoras são escolhidas por maioria simples da votação da Academia.
Melhor filme
“Ainda estou aqui” também foi indicado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos ao Oscar de Melhor Filme. Nesta categoria também participam as produções norte-americanas e de língua inglesa. Desde 1929, quando a premiação foi instituída, apenas um filme de produção 100% estrangeira venceu o Oscar e não faz muito tempo. Em 2020, o concorrente da Coreia do Sul, Gisaengchung, lançado no Brasil com o título de Parasitas, tornou-se o primeiro vencedor do prêmio de Melhor Filme Internacional, e o primeiro filme não falante de inglês a também ganhar o prêmio de Melhor Filme.
Se vencer, “Ainda estou aqui” irá fazer história também nesta categoria. Se não vencer, também faz história, pois estar entre os cinco finalistas ao Oscar nesta categoria significa ter passado por uma pré-seleção de mais de 80 filmes.