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Mundo Estados Unidos x Colômbia: quatro pontos para entender a crise dos deportados

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O presidente colombiano, Gustavo Petro, proibiu a entrada em seu território de aviões norte-americanos transportando deportados da Colômbia. (Foto: Reprodução)

Ao longo do fim de semana, Estados Unidos e Colômbia protagonizaram uma crise diplomática que envolveu ameaças de deportação em massa, aumento de tarifas e bloqueio de vistos e ameaçou a relação de dois aliados históricos.

A crise se desenrolou depois que o presidente colombiano, Gustavo Petro, proibiu a entrada em seu território de aviões norte-americanos transportando deportados da Colômbia. O desentendimento até desvalorizou o peso colombiano.

A crise, a primeira de Trump com um país da América Latina desde o início de seu novo mandato, pode ser uma mostra de como será relação do norte-americano com líderes latino-americanos.

Veja, abaixo, como o conflito diplomático começou, se desenrolou e pareceu se resolver em menos de 24 horas:

– Por que a crise começou? Na sexta-feira (24), os Estados Unidos enviaram à Colômbia dois aviões militares com cidadãos colombianos que viviam ilegalmente nos EUA e haviam sido deportados – o mesmo aconteceu na sexta-feira com brasileiros.

Quando os aviões já haviam decolado dos EUA, Gustavo Petro proibiu as aeronaves de entrar em espaço aéreo colombiano. O presidente da Colômbia alegou que os EUA não respeitaram os direitos dos deportados e, por isso, não aceitaria as aeronaves, que tiveram de voltar ao território norte-americano.

“Migrante não é criminoso e deve ser tratado com a dignidade que um ser humano merece. Não posso obrigar os migrantes a permanecerem num país que não os quer, mas se esse país os devolver, deverá ser com dignidade e respeito por eles e pelo nosso país. Nos aviões civis, sem sermos tratados como criminosos, receberemos os nossos compatriotas”, acrescentou.

– Qual foi a reação dos EUA? A decisão de Petro enfureceu o presidente dos EUA, Donald Trump, que na semana passada, logo após tomar posse, havia assinado ordem executiva determinando a expulsão de todos os imigrantes que vivem nos EUA em situação ilegal.

Como reação ao presidente colombiano, Trump anunciou que aplicaria uma série de sanções à Colômbia, como: Criação de uma tarifa emergencial de 25% sobre todos os produtos colombianos que entrem nos EUA; Bloqueio de viagens de colombianos aos EUA; Revogação de vistos de autoridades do governo e aliados de Petro; Inspeções rigorosas nas fronteiras e aeroportos na entrada de cidadãos colombianos nos EUA; Sanções ao Tesouro, ao setor bancário e ao setor financeiro colombianos.

Em reação, Petro comprou a briga e anunciou que aplicaria as mesmas tarifas a produtos norte-americanos na Colômbia e que enviaria avião presidencial para buscar os deportados colombianos.

– Houve um desfecho? Por enquanto, sim. As diplomacias de ambos os países entraram em ação e, no fim da noite de domingo (26), a Casa Branca anunciou, em um comunicado, que iria pausar a aplicação das tarifas extras e demais sanções anunciadas por Trump.

Como contrapartida, Bogotá concordou em aceitar o voo com os deportados, com as garantias de proteção dos direitos dos cidadãos colombianos.

“O governo da Colômbia concordou com todos os termos propostos pelo presidente Trump, incluindo a recepção irrestrita de todos os imigrantes ilegais colombianos que retornam dos Estados Unidos, até mesmo daqueles transportados em aviões militares norte-americanos, sem limitações ou atrasos”.

A chancelaria colombiana também publicou um comunicado, confirmando a superação “do impasse com o governo dos Estados Unidos”.

Mas é preciso aguardar outros voos de deportados para saber se a postura seguirá.

O embaixador da Colômbia em Washington, Daniel García Peña, disse, nessa segunda-feira (27), que os voos com deportados colombianos dos Estados Unidos vão chegar nesta segunda ou “no mais tardar” na terça-feira, após superar as tensões diplomáticas com o governo de Donald Trump.

“Os aviões colombianos já estão em curso para recolher nossos concidadãos nos Estados Unidos. Espero que no dia de hoje estejam aterrissando, no mais tardar amanhã cedo”, assegurou o embaixador em uma entrevista com a Blu Radio, sem detalhar a hora em que os voos chegariam.

– Como é a relação entre a Colômbia e os EUA? Historicamente, a Colômbia é um dos principais aliados dos Estados Unidos na América Latina, e, por isso, a crise deste fim de semana representa um desafio diplomático para Washington, que ainda veem Bogotá como um parceiro estratégico no continente.

Mas Petro, de esquerda, vem criticando os anúncios de Trump de deportar imigrantes e fechar fronteiras e, mesmo no governo de Joe Biden, democrata, defendia que a política migratória norte-americana precisava ser reformulada.

Os dois países têm uma relação de cooperação em questões migratórias – a Colômbia sempre aceitou cidadãos seus deportados dos EUA e, em troca, Washington oferece apoio financeiro e militar, principalmente no combate ao narcotráfico e ao crime organizado.

No entanto, a chegada de Petro ao poder trouxe mudanças, com uma postura mais crítica e uma tentativa de reposicionar a Colômbia como uma potência regional independente. As informações são do portal de notícias G1.

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https://www.osul.com.br/estados-unidos-x-colombia-quatro-pontos-para-entender-a-crise-dos-deportados/ Estados Unidos x Colômbia: quatro pontos para entender a crise dos deportados 2025-01-27
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