Quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de janeiro de 2025
Em valores atualizados pela inflação, a arrecadação somou R$ 2,7 trilhões em 2024, com aumento de 9,6% frente ao ano anterior
Foto: ABrEmbalada pelo ritmo forte de crescimento da economia – estimado em 3,5% pelo mercado financeiro – e também pelos aumentos de impostos propostos pelo governo e aprovados pelo Congresso Nacional, a arrecadação federal bateu recorde histórico em 2024.
Segundo números divulgados nesta terça-feira (28) pela Receita Federal, o total arrecadado no último ano pelo governo federal, em impostos e contribuições federais, foi de R$ 2,65 trilhões. Um aumento real (acima da inflação) de 9,6% contra o ano anterior.
Em valores corrigidos pela variação dos preços, a arrecadação totalizou R$ 2,7 trilhões no ano passado, contra R$ 2,47 trilhões em 2023. O resultado ocorre após o governo ter adotado uma série de medidas, algumas delas aprovadas no Congresso Nacional.
Entre as ações tomadas, estão: a tributação de fundos exclusivos, os “offshores”; mudanças na tributação de incentivos (subvenções) concedidos por estados; aumento de impostos sobre combustíveis feito em 2023 e mantido em 2024 (ano inteiro); retomada do voto de confiança no Carf ( Conselho Administrativo de Recursos Fiscais); limitação no pagamento de precatórios (decisões judiciais).
De acordo com a Receita Federal, a tributação de fundos exclusivos gerou um aumento de R$ 13 bilhões na arrecadação no ano passado, enquanto a atualização do IRRF sobre “offshores” contribuiu com outros R$ 7,67 bilhões.
“Estamos tratando de trazer para a tributação aqueles que não estavam, como os fundos fechados, ou fundos em outros países [offshores], que passaram a recolher IR como a classe média sempre recolheu. É uma medida de justiça fiscal na veia. Estamos apenas trazendo para a mesma tributação da classe média os superricos”, disse o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.
Houve, ainda, o ingresso de R$ 4 bilhões em IRPJ e CSLL, considerados “atípicos”, contra R$ 5 bilhões em 2023, e uma arrecadação de R$ 18 bilhões decorrentes de “ações de conformidade”, ou seja, da fiscalização e orientação do Fisco.
Além das medidas de aumento de impostos, o Fisco argumenta que o crescimento da economia também contribuiu para a arrecadação recorde de 2024, como mostram números da produção industrial, da venda de bens e serviços, da massa salarial e das importações.
Segundo Barreirinhas, da Receita Federal, os números da arrecadação refletem “resultado espetacular de reativação da economia”. “Tivemos reativação de setores inteiros da economia, que passaram a recolher, ou voltaram a recolher valores relevantes de tributos. É bom também destacar a mínima histórica do desemprego no brasil, com crescimento da massa salarial”, acrescentou.