Quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de janeiro de 2025
Próximo do horário de encerramento do mercado regular no Brasil, o índice DXY também operava perto da estabilidade.
Foto: ReproduçãoO dólar encerrou a quarta-feira (29) em ligeira baixa, de 0,06%, aos R$ 5,86. É o oitavo dia seguido em que a moeda norte-americana desvaloriza, na maior sequência de quedas em quase três anos. Nesses oito dias, a moeda cedeu 3,3%. Já o Ibovespa encerrou com um recuo de 0,50%, aos 123.432 pontos.
Por aqui, os dirigentes do Copom já haviam sinalizado em sua última reunião que novos aumentos na taxa Selic ocorreriam. Por isso e com as expectativas de uma inflação alta e persistente durante todo o ano, o mercado prevê que os juros devem ultrapassar o nível dos 15% ao ano em meados de 2025, atingindo o maior nível em quase 20 anos.
Lá fora, o destaque ficou com a manutenção das taxas de juros norte-americanas por parte do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). A decisão veio em linha com o esperado pelo mercado, e seguiu a indicação de que o Fed continuará monitorando a inflação e atividade no país.
No cenário corporativo, o setor de tecnologia segue no centro das atenções, com a divulgação do balanço corporativo de diversas empresas do segmento.
Mercados
Investidores e analistas projetam, ainda, mais altas além dessas duas, o que poderia levar a taxa Selic para mais de 15% ao ano em meados de 2025. Esse seria o maior nível dos juros no País em quase 20 anos.
Com isso, há, também, grande expectativa pelo comunicado do comitê após a reunião. O documento costuma trazer sinalizações sobre quais serão os próximos passos do BC em relação aos juros e o que está no radar dos dirigentes.
Juros maiores no país elevam a rentabilidade dos títulos públicos e tendem a atrair mais investidores, o que pode gerar mais entrada de dólar no Brasil e reduzir a pressão sobre o real, como vem acontecendo na última semana.
Os juros altos são esperados porque o Brasil vive um período de alta na inflação, com o mercado esperando maior pressão sobre os preços neste ano. Na edição desta semana do Boletim Focus, as projeções para a inflação saltaram de 5,08% para 5,50%. A meta de inflação para 2025 é de 3,0% e será considerada cumprida se permanecer em um intervalo entre 1,5% e 4,5%.
Já nos EUA, as atenções ficaram voltadas para a nova decisão do Fed, que manteve as taxas do país inalteradas entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Em comunicado publicado nesta quarta-feira, o Fomc afirmou que os indicadores dos EUA sugerem que a atividade econômica do país continuou a se expandir em ritmo sólido.
Segundo o colegiado, a taxa de desemprego se estabilizou em um nível baixo nos últimos meses, enquanto as condições do mercado de trabalho “permanecem sólidas”. Já a inflação “continua um tanto elevada”, acrescentou o Fomc.
A leitura do mercado é que o BC dos Estados Unidos deve continuar atento aos movimentos políticos do novo presidente do país, Donald Trump – ainda que o comitê evite mencionar o tema nos comunicados divulgados ao público,
A chegada do republicano ao poder pode gerar uma maior pressão inflacionária, caso o presidente decida cumprir suas promessas de aumentar as tarifas de produtos importados. Isso aumentaria os preços para os consumidores americanos e pressionaria o Fed por uma política monetária mais firme, com juros altos para conter o avanço dos preços.