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Economia Bancos pedem que o governo dê “liberdade” a eles e que não ponha teto nos juros do crédito consignado

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O pedido foi feito após o representante da Febraban e de alguns dos principais bancos do País se reunirem com o presidente Lula. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, pediu na quarta-feira que o governo evite estabelecer um teto para os juros do crédito consignado, como forma de permitir que os bancos tenham “liberdade” e façam uma competição por esse mercado no Brasil.

O pedido foi feito após o representante da Febraban e de alguns dos principais bancos do País – como Bradesco, Itaú e Santander – se reunirem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do governo, no Palácio do Planalto, para discutir mudanças justamente no crédito consignado.

“Achamos que esse produto [novo crédito consignado] deve nascer com liberdade de taxas para que os bancos possam competir. Acreditamos que um teto de juros [no crédito consignado] pode dificultar a competição [entre os bancos]”, defendeu Sidney em entrevista coletiva ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Sidney elogiou a ideia do governo petista de utilizar a plataforma do e-Social para compartilhar, com o setor financeiro, informações sobre os trabalhadores celetistas do país. Os celetistas são aqueles que têm um contrato de trabalho regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Segundo o presidente da Febraban, com essas informações em mãos, os bancos poderão ofertar mais crédito.

“Nós confiamos que, tendo uma plataforma que possa centralizar a questão do crédito consignado, nós vamos poder decolar esse mecanismo. Crédito tem a ver com informação de qualidade e garantia. Quanto mais informações [sobre o cliente], menor o risco de inadimplência”, disse.

A principal diferença do novo consignado em relação ao atual é que as operações serão feitas diretamente entre o trabalhador e a instituição financeira, e não mais por meio das empresas. Na prática, não será mais necessária a anuência da empresa empregadora, como aconteceu atualmente.

Na avaliação de Sidney, a oferta de crédito para o trabalhador formal pode “triplicar” no Brasil, alcançando aproximadamente R$ 120 bilhões. “Hoje são só R$ 40 bilhões disponíveis [para crédito consignado]. [Com a plataforma do governo], os bancos não vão mais precisar fazer convênios com pequenas e médias empresas, esse é o grande gargalo. Existe uma massa salarial de R$ 113 bilhões e esse grupo só consegue acessar R$ 40 bi de crédito consignado. Esse crédito vai ser mais barato para o trabalhador privado. Esperamos que essa carteira de crédito chegue a R$ 120 bilhões”, acrescentou.

Em relação ao risco, o representante da Febraban disse que a precificação vai depender do apetite dos bancos. “Cada banco tem seu critério de concessão. Se as informações das empresas e trabalhadores forem levadas para o e-Social, tudo isso pode ser usado para auferir o nível de crédito”, afirmou. As informações são do jornal Valor Econômico.

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