Sábado, 01 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de janeiro de 2025
O filme “Ainda estou aqui” fez história ao ser indicado ao prêmio de Melhor Filme no Oscar. O filme do diretor Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres narra a história de Eunice Paiva, ativista pelo reconhecimento das vítimas da ditadura civil-militar e viúva do ex-deputado federal Rubens Paiva, preso pelo Estado em janeiro de 1971. Desde então, o político fora considerado desparecido político até, mais de 40 anos depois, ter sua morte confirmada pela Comissão Nacional da Verdade.
O sucesso do filme gerou o quinto maior pico de interesse por “comissão da verdade” nas buscas do Google. A curiosidade é que esse é o único pico que está associado a um fato cultural e não político, como o impeachment da Dilma e as eleições de 2018, ou data emblemática.
O levantamento da Webedia Brasil, com informações do Google Trends, mostrou ainda que o termo “ditadura” também atingiu o nível de maior interesse para o mês de novembro dos últimos 5 anos. Dados da Webedia Brasil mostram que 37% das menções sobre o filme nas redes sociais trazem a palavra “ditadura”.
Comissão da Verdade
Recentemente, uma antiga publicação no X, feita por Marcelo Rubens Paiva, escritor do livro que deu origem ao filme, começou a viralizar. No comentário, o filho de Rubens Paiva e Eunice Paiva, reage ao fato de Dilma Rousseff e a Comissão da Verdade terem sido cruciais para criar sua obra. “Tenha dito! Por conta da Comissão da Verdade, tive elementos para escrever o livro Ainda Estou Aqui, e agora temos esse filme deslumbrante. E Dilma pagou um preço alto pelo necessário resgate da memória”, escreveu Marcelo.
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) foi um órgão criado pelo governo de Dilma Rousseff em 2011, com o objetivo de investigar e esclarecer violações de direitos humanos ocorridas durante o regime militar (1964-1985). Sua principal missão foi reunir depoimentos, documentos e evidências que ajudassem a reconstruir episódios de tortura, desaparecimentos forçados e assassinatos promovidos pelo regime. Embora não tivesse caráter punitivo, a CNV trouxe à luz informações antes ocultas, contribuindo para a conscientização sobre a gravidade.
Recorde de público
“Ainda Estou Aqui” bateu 4 milhões de espectadores no Brasil nesta quinta-feira (30). Na última semana, o filme de Walter Salles recebeu três indicações na premiação – Filme, Filme Internacional e Melhor Atriz (Fernanda Torres).
Após o anúncio das indicações, o filme voltou para o topo do ranking dos filmes mais vistos no país. Em sua 12ª semana de exibição, “Ainda estou aqui” levou 216 mil pessoas ao cinema, somando uma bilheteria de R$ 5,3 milhões. O filme já arrecadou R$ 84,3 milhões desde sua estreia.