Segunda-feira, 03 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de fevereiro de 2025
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou que o resultado fiscal das estatais, divulgado pelo Banco Central, não representa um “rombo” nas contas das empresas. Dados da autoridade monetária apontam para um déficit de R$ 8,1 bilhões em 2024 nessas empresas públicas.
De acordo com a titular da pasta, o resultado leva em consideração apenas a diferença entre receitas e despesas, gerando um resultado deficitário mesmo que as empresas tenham lucro.
O argumento do governo é que a cifra contém números de investimentos feitos pelas companhias com dinheiro que já estava em caixa. A ministra afirmou que os números apresentados pelo BC são o resultado fiscal das companhias, considerando apenas receitas e despesas. “Mas muitas despesas são com dinheiro que estava em caixa. Portanto, acaba gerando resultado deficitário, ainda que as empresas tenham lucro”, disse.
Ela afirmou ainda que, das onze empresas com déficit divulgadas hoje, nove são lucrativas – o que significa que não se pode chamar de rombo. “O Tesouro não vai arcar com isso. É um resultado pelas empresas terem aumentado investimentos”, afirmou, citando o exemplo dos Correios.
Em 2023, as estatais registraram deficit de R$ 2,27 bilhões. O saldo negativo subiu 255,8% no ano passado. Segundo dados do BC, o deficit acumulado das estatais no governo Lula foi de R$ 10,3 bilhões.
Entenda
* Empresas estatais são aquelas em que o governo detém parte ou todo o capital social. No Brasil, as empresas estatais são classificadas como empresas públicas (quando 100% do capital pertence ao Poder Público) e sociedades de economia mista (quando parte do capital é negociado por entes privados na forma de ações).
* O déficit das empresas estatais em 2024 ficou em R$ 8,01 bilhões, segundo o Banco Central.
* Já o governo diz que o déficit das estatais no ano passado foi de R$ 4,04 bilhões. A diferença se deve a critérios diferentes para fazer a conta.
Correios
As declarações foram dadas em conversa com a imprensa, no Palácio do Planalto, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir a situação fiscal dos Correios. De acordo com dados do MGI, a empresa registrou déficit de R$ 3,2 bilhões em 2024, o maior entre as estatais.
O presidente da estatal Fabiano Silva dos Santos, que também participou da reunião, atribuiu o resultado à taxação das compras internacionais, à tentativa de privatização da empresa e ao pagamento dos precatórios (requisições de pagamento de dívidas expedidas após condenação judicial definitiva).
Fabiano não quis responder, entretanto, se acredita que a empresa dará lucro em 2024 ou não. A expectativa é que o balanço de 2024 deve mostrar o maior prejuízo da história, de R$ 3,2 bilhões.