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Geral O maior cabo eleitoral de Lula hoje chama-se Jair Bolsonaro, responsável por interditar a direita

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Lula poderá agradecer ao seu maior oponente caso se sagre vitorioso em 2026. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Estava escrito nas estrelas. Mesmo com queda expressiva na popularidade o presidente Lula segue líder em qualquer cenário para as eleições presidenciais de 2026, como mostra o levantamento da Genial/Quaest. E por W.O. Seu principal oponente neste momento é um cantor popular milionário com certo envolvimento com os sites de apostas. Políticos mais tradicionais, como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ou de Goiás, Ronaldo Caiado (União), seguem desconhecidos da maioria da população. Neste momento o maior responsável por esse cenário que favorece Lula é Jair Bolsonaro, na sua insistência vã em não abrir caminho para ninguém (talvez sua esposa ou seu filho).

Um dos clichês da política, e verdadeiro, no caso, é que eleição presidencial é uma corrida de longa distância. Mesmo em tempos de redes e comunicação rápida, os potenciais candidatos precisam se apresentar por anos para a população. Saberem se posicionar nos momentos corretos, não se omitirem em acontecimentos que movem mentes e corações. Tentar se manter na crista da onda.

Governadores de Estado muitas vezes não conseguem agir assim pelo fato de dependerem da boa-vontade do governo federal para manterem seus Estados administrativamente viáveis. Os casos são muitos. Tome-se o caso do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que quando presidente do PSDB mal se pronunciava. Ser governador é uma amarra de força que obriga ao sujeito ser algo discreto. Podemos falar também de Ratinho Júnior (PSD), do Paraná.

No Parlamento, a situação é diferente. Jair Bolsonaro, por décadas, falou o que quis, chocou, ultrajou até que um dia descobriu que, por uma série de circunstâncias, a sociedade não queria construir nada, só queria destruir. Foi eleito por vestir o figurino desejado do momento. O deputado Nikolas Ferreira e mesmo o “ex-coach” Pablo Marçal hoje têm essa liberdade de ação, de poderem agir como anti-políticos.

Mas necessidade de autocontenção é apenas a primeira dificuldade dos integrantes dos governadores de partidos de centro ou centro-direita que querem substituir Lula. A verdade é que parece não haver nenhum movimento de âmbito para ungi-los. Como houve, por exemplo, com Dilma Rousseff desde que ela tomou posse como ministra da Casa Civil. Em 2007 Lula já andava com “a mãe do PAC” pelo Brasil a fora numa estratégia que tinha certa coordenação do marqueteiro João Santana.

Nessas circunstâncias, Bolsonaro hoje se comporta como um menino que foi expulso do jogo por falta perigosa mas levou a bola para a casa. Deixa claro que a partida só é válida se estiver presente. Ironicamente, tática parecida com a do ex-presidente Lula, que só escolheu o então ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, às vésperas da eleição. O resultado sabemos: Bolsonaro eleito.

A postura do ex-presidente Bolsonaro mostra que muito além da sua intenção de “derrotar a esquerda” ou, digamos, “o comunismo” é na verdade movido pelos interesses pessoais mais mesquinhos do pequeno poder para ele próprio. É nisso que Lula, com baixa aprovação, irá apostar.

A eleição ainda está longe de ocorrer. Se a gente vê a pesquisa como um filme podemos até ver uma subida rápida de Tarcísio frente uma queda de Lula. A posição de Gusttavo Lima mostra que parte da sociedade pode dar seu voto a qualquer um que se posicione como o anti-Lula, de maneira a torná-lo bastante competitivo. Mas, por culpa de Bolsonaro, essa possibilidade segue paralisada e Lula poderá agradecer ao seu maior oponente caso se sagre vitorioso em 2026. (Fabiano Lana/Estadão Conteúdo)

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https://www.osul.com.br/o-maior-cabo-eleitoral-de-lula-hoje-chama-se-jair-bolsonaro-responsavel-por-interditar-a-direita/ O maior cabo eleitoral de Lula hoje chama-se Jair Bolsonaro, responsável por interditar a direita 2025-02-03
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