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Mundo Moeda brasileira, o real tem melhor janeiro desde 2019 com alívio global em relação a Trump e postura do Banco Central

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Em dezembro, o Banco Central realizou sua maior intervenção no mercado à vista em um único mês, ao injetar US$ 21,57 bilhões. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

O câmbio doméstico começou o ano com uma dinâmica bastante diferente daquela observada no fim do ano passado, que assustou até mesmo os próprios participantes do mercado. Se, em 2024, o dólar registrou uma de suas maiores valorizações frente ao real desde a criação da moeda brasileira, em janeiro a moeda americana caiu
5,54% frente ao real. Foi o pior desempenho do dólar no mercado local em um mês de janeiro desde 2019.

Não há um único motivo para explicar essa dinâmica, mas operadores de câmbio e gestores entendem que o menor temor em relação à nova gestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levou a um desmonte global de posições compradas em dólar, ou seja, apostas na valorização adicional da moeda americana. Além disso, a
postura conservadora do Banco Central do Brasil, ao elevar a Selic e ampliar o diferencial de juros e ao ser mais ativo em dezembro com diversas intervenções no mercado de câmbio, pode ser lida como outro motivo para a recuperação do real observada no mês passado.

Ainda que, ao longo de janeiro, a entrada de capital no país (pelo “carry-trade” ou pela volta do capital estrangeiro) tenha sido apontada como a explicação para a melhora do câmbio doméstico, os dados ainda parciais do fluxo cambial do Banco Central mostram um panorama diferente. Até o dia 25 de janeiro, houve uma saída líquida de quase US$ 8 bilhões, ou seja, é mais provável que, pelo lado do câmbio contratado, tenha ocorrido uma pressão negativa sobre o câmbio. Assim, o resultado da queda do nível do dólar frente ao real está mais relacionado ao posicionamento dos próprios players no mercado financeiro.

Para o chefe de multimercados do ASA, Filippe Santa Fé, a correção dos preços do câmbio tem muita relação com a postura de Trump em não ser imediatista em suas medidas, após o início do seu novo governo. “Isso reduziu a necessidade do investidor de ter e de carregar aquela posição comprada em dólar tão elevada. Houve, portanto, um processo de redução gradual dessas posições”, diz. “Como que o real se enquadra nesse contexto? Por ser uma moeda mais líquida [mais negociada], é normal que o real piore mais em momentos de estresse, mas também é normal que se recupere mais rápido em momentos de alívio.”

Santa Fé aponta, ainda, que a atuação do Banco Central no mercado de câmbio em dezembro foi importante para essa recuperação da moeda brasileira. “Foi uma intervenção pontual e super importante, mas é preciso ressaltar que essa ingerência só foi bem recebida porque o Comitê de Política Monetária (Copom) estava sendo ortodoxo”, afirma o executivo, em referência à postura mais conservadora do colegiado em elevar a Selic em 1 ponto percentual em dezembro e dar sinalização de duas altas na mesma magnitude nos encontros seguintes. “Não é questão de olhar
para o tamanho da intervenção, mas para o ambiente todo em que essa atuação ocorreu. E vimos que funcionou.”

Em dezembro, o Banco Central realizou sua maior intervenção no mercado à vista em um único mês, ao injetar US$ 21,57 bilhões em dezembro como resposta à saída também recorde para um mês de US$ 26,41 bilhões
pelo fluxo cambial.

Na mesma linha de Santa Fé, estrategistas e economistas do HSBC dizem que, ainda que o BC tenha tido o cuidado de não defender qualquer nível específico do câmbio, a intervenção foi eficaz na estabilização do mercado e em reduzir as pressões excessivas de depreciação idiossincráticas num contexto de falta de dólares no país. “Pode-se
dizer que o pior já passou para o real”, dizem Joseph Incalcaterra, Daniel Lavarda e Clyde Wardle em relatório enviado a clientes. As informações são do portal Valor Econômico.

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