Quarta-feira, 05 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de fevereiro de 2025
Chefiado por Gabriel Galípolo, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) apontou, na ata da reunião que definiu o aumento da taxa básica de juros para 13,25% ao ano, a necessidade de “políticas fiscal e monetária harmoniosas”.
O Comitê disse ter reforçado a visão de que o “esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia”, com impactos “deletérios” sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação.
As expectativas de inflação, continuou, “elevaram-se de forma significativa em todos os prazos, indicando desancoragem adicional e tornando assim o cenário de inflação mais adverso”.
“A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida.”
Cenário adverso
Para o Copom, o cenário de inflação de curto prazo segue adverso.
“Foi destacado, na análise de curto prazo, que, em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em doze meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos.”
Além de manter a previsão de aumento da Selic para 14,25% em março, a ata prevê um novo estouro do limite da meta em junho.
“Desse modo, com a inflação de junho deste ano, configurar-se-ia descumprimento da meta sob a nova sistemática do regime de metas.”
Inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,52% em dezembro e fechou o ano com alta acumulada de 4,83%, acima do teto da meta de inflação, que é de 4,5%.
Os dados de inflação mostram que o preço da carne bovina disparou 20,84% em 2024, a maior elevação desde 2019. Isso depois de Lula ser eleito, em 2022, com um discurso de proporcionar picanha para os brasileiros.
Ao elevar a taxa básica de juros em suas últimas reuniões, o Copom alertou o governo Lula para a necessidade de “uma política fiscal crível, embasada em regras previsíveis e transparência em seus resultados” para a “ancoragem das expectativas de inflação”.
Mesmo assim, o ministro da Fazenda, apontado como possível sucessor de Lula no PT, não demonstra nenhuma intenção de conter seus próprios gastos para colaborar com a missão do Banco Central e apenas torce para que a alta nos preços seja contida por fatores alheios ao governo Lula.