Quinta-feira, 06 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de fevereiro de 2025
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que não irá provocar “estremecimento” com o Executivo e o Judiciário, ao comentar sobre a defesa do impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por parte da oposição. As declarações ocorreram em entrevista ao SBT.
“Toda construção que leva ao processo de impedimento deixa traumas”, declarou. “Então, se pudermos evitar todo e qualquer tipo de instabilidade, eu penso que é o melhor caminho para a nossa nação, para que, com isso, ajustemos aquilo que precisa ser feito e, de fato, os problemas possam ser atacados.”
Motta prosseguiu: “Quando trazemos mais fatores que geram instabilidade, esses problemas acabam crescendo, se avolumando, e isso não é bom para o País. Pode ter certeza que vamos atuar sempre em favor da estabilidade, de matérias que não venham a trazer algum tipo de estremecimento nas relações entre os Poderes”.
Em relação a pautas como a redução da escala 6×1 e a anistia aos envolvidos em atos antidemocráticos, Motta citou necessidade de consensos com o colégio de líderes, mas afirmou que esses projetos devem ser enfrentados.
“São matérias que, com certeza, vamos ter que enfrentar nesse colégio. Vamos ter que colocar sobre a mesa esses assuntos, até porque tem uma parte da Casa que defende e uma parte que está contra a aprovação”, afirmou.
Aderência popular
A oposição no Congresso Nacional voltou a buscar o respaldo das ruas para avançar no pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O argumento técnico para pedir a queda do presidente são suspeitas de pedaladas fiscais no Pé-de-Meia, um programa de transferência de renda para estudantes. Já o clima político está sendo criado com base nas recentes crises envolvendo o Executivo, como a alta dos preços dos alimentos, do dólar e da taxa de juros, além dos esforços para aumentar a abrangência da taxação da população.
O sentimento dos congressistas é que Lula já possui as condições políticas e jurídicas para um processo de impedimento. Entretanto, isso só se tornaria viável se o Legislativo fosse pressionado pela insatisfação popular. “Com o povo brasileiro indo às ruas para pedir sua saída, acredito que isso será fundamental para avançarmos com o impeachment aqui no Congresso”, disse o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), autor do pedido de impeachment.
Assim, os esforços de mobilização estão convergindo para uma manifestação de rua marcada para ocorrer no dia 16 de março, na Avenida Paulista, em São Paulo. Cada vez mais parlamentares da oposição estão se organizando para materializar o sentimento de indignação contra o governo em protestos de rua. (Estadão Conteúdo)