Terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de fevereiro de 2025
Hugo Motta decidiu ligar diretamente para Moraes e outros ministros “para não deixar o ruído crescer”.
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos DeputadosO novo presidente da Câmara, Hugo Motta, conversou com alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre sua fala de que os atos de 8 de janeiro de 2023 não foram uma tentativa de golpe e de que houve “exagero” na punição aos condenados pela corte. Entre os magistrados procurados por Motta está Alexandre de Moraes, relator dos processos envolvendo os ataques, e Gilmar Mendes.
De acordo com aliados do presidente da Câmara, ele decidiu ligar diretamente para Moraes e outros ministros “para não deixar o ruído crescer”. Na conversa, Motta disse que as condenações de parte dos envolvidos nos ataques golpistas têm criado um sentimento de vitimização em relação aos condenados e defendeu que as penas duras fossem aplicadas a quem vandalizou e depredou os prédios dos Três Poderes.
O parlamentar fez a avaliação de que pessoas que estavam presentes nos atos, mas não vandalizaram os locais, pudessem ter penas mais amenas. Motta afirmou aos magistrados que foi isso que buscou defender na entrevista que concedeu à rádio Arapuan FM, de João Pessoa (PB), na sexta-feira passada.
Dois ministros confirmaram que foram buscados pelo presidente da Câmara e elogiaram sua disposição em dar explicações e dialogar sobre o tema. Os magistrados enfatizaram a Motta que os condenados vandalizaram os prédios dos Três Poderes e que ampla maioria concordou com as sentenças.
Motta destacou ainda que, apesar dos ruídos provocados pelas suas falas, seguirá com a promessa de buscar a pacificação entre os Poderes. Motta quer virar essa página e falar sobre votações de projetos que vai priorizar na Presidência da Câmara. O parlamentar tem repetido que a anistia aos envolvidos nos 8 de janeiro não é um deles.
O presidente da Câmara já firmou um acordo com a oposição bolsonarista para evitar surpresas e manobras sobre a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, uma prioridade da direita para viabilizar a reabilitação do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições do ano que vem.
O 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ), se comprometeu a não pautar o projeto quando estiver no exercício da presidência da Casa, durante viagens de Arthur Lira ao exterior ou em eventuais licenças do deputado.
Côrtes acertou com Arthur Lira, ex-presidente da Câmara dos Deputados, que a proposta de anistia só será colocada em pauta quando a bancada concluir que há reais chances de aprovação. O atual líder, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), também tem feito projeções semelhantes nos bastidores.
Apesar de o compromisso assumido por Altineu parecer entrar em conflito com os interesses de Bolsonaro, o PL busca sinalizar apoio ao novo presidente da Câmara, que já demonstrou abertura para discutir a anistia após sua posse. As informações são do portal de notícias O Globo.