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Política Bolsonaristas já usaram “ficha limpa” como sinônimo para bom político; relembre defesas da lei

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Agora contrário à Lei da Ficha Limpa, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados já foram entusiastas da legislação. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Agora contrário à Lei da Ficha Limpa, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados já foram entusiastas da legislação em outros momentos, inclusive utilizando o não enquadramento na lei como adjetivo para qualificar o que consideravam ser um “bom” político.

Em publicações antigas no X (antigo Twitter), os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Mario Frias (PL-SP), Caroline de Toni (PL-SC), Carla Zambelli (PL-SP) e Marcel van Hattem (Novo-RS) e o senador Marcos Pontes (PL-SP) mencionaram a lei em tom elogioso, usando-a como sinônimo de combate à corrupção.

Bolsonaro, por exemplo, nos primeiros meses à frente da Presidência da República, em março de 2019, afirmou que estabeleceu a lei como “um critério mais rígido” para a contratação de novos servidores de cargos comissionados no governo.

Agora, Bolsonaro tem hasteado a bandeira defendendo mudanças, afirmando que quer “acabar” com a lei, que, segundo ele, teria sido deturpada após a ex-presidente Dilma Rousseff ser cassada pelo Congresso e não ter perdido os direitos políticos. O caso ocorreu três anos antes de Bolsonaro decretar a lei como critério de contratações.

A alteração pleiteada por bolsonaristas na Câmara pode beneficiar o ex-presidente, que está inelegível até 2030 após ser condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em duas ações.

Dois projetos de lei complementar tramitam nesse sentido na Casa: um de autoria de Bibo Nunes (PL-RS), proposto em 2023, que reduz a pena de oito para dois anos de inelegibilidade, e outro protocolado por Hélio Lopes (PL-RJ) para exigir também uma condenação penal para alguém ser declarado inelegível por abuso de poder econômico ou político.

A proposta que reduz o tempo de inelegibilidade está em tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, comandada, por ora, por Caroline de Toni, e está sob a relatoria do deputado federal Filipe Barros (PL-PR), que ainda não apresentou um parecer.

Em 2019, Caroline afirmou que acabar com a lei seria um “retrocesso no combate à corrupção”, afirmando que era o caminho para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT),na época inelegível, pudesse concorrer no pleito de 2022.

Já em 2022, o deputado bolsonarista Filipe Barros também publicou um texto em rede social sobre a Lei, pedindo que fosse respeitada no caso em que um vereador petista em Curitiba havia sido cassado.

“A Lei da Ficha Limpa é clara: quem é cassado, fica oito anos inelegível”, escreveu o deputado, ao afirmar que protocolou a impugnação do registro da candidatura do oponente.

Um dos filhos de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro também integra a lista daqueles que usavam a lei como sinônimo de um bom currículo político. Em uma publicação elogiando a colega Bia Kicis (PL-DF), em 2021, o deputado qualificou Bia como “patriota”, “ficha limpa” e “educada”.

No final do mesmo ano, em outra postagem, o deputado se zangou com a publicação do jornal espanhol El País, que colocava a candidatura do petista como “alternativa para acabar com o populismo de extrema-direita de Bolsonaro”. Naquela altura, Lula já estava novamente elegível, após todas as suas condenações na Operação Lava-Jato serem anuladas.

Hoje senador, o ex-juiz Sérgio Moro (União-PR), considerado símbolo do combate à corrupção no País – até ser declarado suspeito para julgar Lula -, comemorou em junho de 2020 o aniversário de dez anos da Lei da Ficha Limpa, afirmando que a legislação é “prova de que é possível avançar a agenda anticorrupção”. Até abril daquele ano, Moro foi ministro da Justiça de Bolsonaro.

Outro ex-integrante do governo Bolsonaro, hoje deputado federal Mário Frias também defendeu a legislação em julho de 2022, meses antes das eleições em que o ex-chefe perdeu o cargo para Lula. Na época, Frias afirmou que “o cargo de Presidente da República não comporta reintegração social” e que um presidente precisa ser “exemplo de retidão e ter ficha limpa”.

No fim de semana, o deputado voltou a falar da legislação, mas desta vez mudou de opinião e afirmou que ela se trata de “imbecilidade da esquerda”.

Declarada inelegível por oito anos e com mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), a deputada federal Carla Zambelli também defendeu a lei em diversas ocasiões em suas redes sociais. Zambelli, que ainda pode recorrer da decisão, chegou a fazer uma enquete em setembro de 2020, para saber a opinião dos seguidores sobre se condenador por corrupção deveriam ter como pena a perda da habilitação para cargos públicos.

Em outras ocasiões, a deputada comemorou veto de Bolsonaro em projeto que “enfraquecia” a Ficha Limpa, e o arquivamento de uma matéria do Senado, proposta por Dalírio Beber (PSDB-SC) em 2017, que impedia em alguns casos o aumento da pena de inelegibilidade. (Estadão Conteúdo)

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