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Comportamento Idosos são considerados “teimosos”, psiquiatra explica por que isso não é verdade

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A forma como as informações são processadas se altera com o tempo, resultando em uma maior influência dos estados emocionais.

Foto: Reprodução
A forma como as informações são processadas se altera com o tempo, resultando em uma maior influência dos estados emocionais. (Foto: Reprodução)

Eventos atuais trazem à tona uma característica frequentemente observada em pessoas idosas. Diante de situações que exigem mudança ou, pelo menos, uma reavaliação honesta, muitas mantêm uma postura inflexível e recusam-se a ceder. Alguns exemplos ilustram esse comportamento, considerando que a adaptação é acessível e viável: indivíduos que não conseguem mais subir escadas com segurança rejeitam a instalação de um elevador de escada ou de corrimãos na varanda. Outros, que já não conseguem limpar a casa ou cuidar do jardim, recusam-se a aceitar ajuda para essas tarefas.

Esse tipo de resistência pode ser menos perceptível em pessoas mais jovens, pois há menor envolvimento com as consequências. No entanto, trata-se de um traço frequentemente associado ao envelhecimento.

Um leitor levantou essa questão relevante e oportuna. Na prática psiquiátrica, observa-se um aumento no “idadismo” e a escassez de oportunidades para o diálogo intergeracional. O trabalho clínico frequentemente envolve a tomada de decisões compartilhada com as famílias. Diante de frustrações manifestadas por cônjuges, filhos ou cuidadores, é fundamental esclarecer mitos e percepções equivocadas sobre o envelhecimento. O processo de envelhecimento normal e saudável, bem como as realidades e normas dos adultos mais velhos, são abordados com o objetivo de equilibrar a autonomia individual e a mitigação de riscos ou danos potenciais.

É recomendável evitar generalizações. Crianças podem ser teimosas, adolescentes podem agir impulsivamente e adultos de meia-idade podem tomar decisões precipitadas. Em todas as fases da vida, há a possibilidade de rigidez e erros, em maior ou menor grau.

Ao identificar o que parece ser “teimosia” em adultos mais velhos, algumas etapas podem auxiliar na compreensão do que está realmente acontecendo:

Condição médica

A resistência a mudanças pode não ser apenas uma característica do envelhecimento, mas um reflexo de dificuldades cognitivas ou de tomada de decisão. Indivíduos com limitações físicas significativas ou condições de saúde graves podem apresentar esse comportamento.

Pessoas com alto grau de comprometimento funcional podem estar experienciando fragilidade, uma síndrome caracterizada por fraqueza, baixa resistência e redução da atividade física. Estudos indicam que a fragilidade física está associada a alterações no cérebro que impactam a memória e os processos cognitivos.

Além disso, o envelhecimento aumenta o risco de comprometimento cognitivo leve (CCL), condição que pode afetar a capacidade de tomar decisões, especialmente em áreas como finanças e saúde. Pesquisas sugerem que indivíduos com CCL apresentam maior propensão a desenvolver demência ao longo do tempo.

Embora certos comportamentos possam indicar possíveis condições neurodegenerativas, é essencial evitar a patologização do envelhecimento.

Compreender as emoções

A forma como as informações são processadas se altera com o tempo, resultando em uma maior influência dos estados emocionais na tomada de decisões. Emoções como tristeza, medo ou raiva podem estar associadas à resistência a mudanças e precisam ser consideradas.

Ouvir

A independência é um valor fundamental para muitas pessoas, independentemente da idade. No entanto, a sociedade contemporânea tende a priorizar os mais jovens, negligenciando normas e valores dos idosos. Isso pode resultar em estereótipos e impressões equivocadas sobre essa parcela da população.

A escuta ativa é uma abordagem essencial em cada situação. Embora a tendência natural seja evitar interações com indivíduos considerados difíceis, a proximidade pode ser fundamental em momentos de resistência.

Além disso, ao perceber que determinada lógica não se encaixa em uma perspectiva pessoal, é útil questionar as razões subjacentes. Atividades como jardinagem ou compras podem desempenhar um papel importante na conexão com a comunidade, na afirmação da identidade e no propósito de vida. Diante disso, mudanças que interfiram nesses aspectos podem ser particularmente desafiadoras.

(Estadão Conteúdo)

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https://www.osul.com.br/idosos-sao-considerados-teimosos-psiquiatra-explica-por-que-isso-nao-e-verdade/ Idosos são considerados “teimosos”, psiquiatra explica por que isso não é verdade 2025-02-11
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