Quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de fevereiro de 2025
A novidade vem sendo testada desde novembro com um público restrito.
Foto: ABrUma nova função do Pix vai permitir a partir do dia 28 deste mês pagamentos por aproximação ou biometria, sem que seja necessário acessar o aplicativo do banco. A expectativa é que o recurso, que facilita as transações, abra caminho para um crescimento maior no comércio físico e on-line e na prestação de serviços, rivalizando ainda mais com os cartões e com dinheiro vivo.
Agora, será possível incluir o Pix em carteiras digitais nos celulares e pagar as compras encostando o aparelho nas maquininhas, como já ocorre no débito e no crédito. Nos pagamentos pela internet, a finalização das compras com o Pix dependerá de apenas um clique, sem precisar captar o QR Code ou usar o Pix Copia e Cola e ir até o aplicativo do banco para cada operação. Tudo será feito dentro do site da empresa que está vendendo o produto ou serviço.
A novidade vem sendo testada desde novembro com um público restrito. Participam do piloto os maiores bancos e instituições de pagamento do País, algumas “maquininhas” e iniciadoras de transação de pagamento (ITP), as empresas facilitadoras que fazem a ponte entre os lojistas e os bancos, como as carteiras digitais.
A partir do dia 28, os bancos terão de “liberar” as transações iniciadas por uma ITP. A oferta do Pix por aproximação em aplicativos bancários ou carteiras digitais, contudo, é facultativa, assim como a aceitação por maquininhas. Mas a própria competição deve incentivar a participação de variados players.
O BC aconselha que o cliente verifique junto à sua instituição de relacionamento se a funcionalidade já está disponível. Usuários de celulares Android poderão ter acesso ao serviço no Google Pay, carteira digital do gigante da tecnologia. O Google Pay, que é uma ITP, já vem testando a nova função com um público selecionado desde novembro por meio de parceiros específicos: C6, PicPay e Itaú (e sua maquininha, a Rede).
Outras 11 “maquininhas” já firmaram parceria com a Google e devem estar prontas nos próximos dias para receber pagamentos do Pix por aproximação a partir do lançamento oficial: Cielo, Getnet, Pagbank, Stone, Sumup, Fiserv, Safra Pay, Sicredi, Azulzinha, Mercado Pago e Bin.
Já a Apple não tem registro de iniciador de pagamentos nem solicitou a licença ao BC. Até pouco tempo atrás, a empresa, inclusive, impedia o uso de outras carteiras digitais pelos usuários do Iphone.
Após enfrentar um processo na União Europeia, abriu sua loja de aplicativos para serviços de pagamento rivais ao Apple Pay, mas por enquanto não há opções disponíveis para os usuários. Procurada, a empresa não quis comentar o assunto.
Para usar o recurso, os consumidores só terão de cadastrar previamente as chaves Pix na carteira digital ou nos aplicativos e sites de lojas e prestadores de serviços. Essa ação demandará uma autorização junto ao banco — também feita de forma simultânea no ambiente de e-commerce ou na carteira digital.
Por fim, a cada operação, será obrigatória a confirmação via biometria, reconhecimento facial, senha ou chave de segurança, uma camada de proteção adicional.
Com a nova função do Pix, a tendência é o crescimento de sua presença em pagamentos no comércio e pela prestação de serviços. O Pix já é o meio de pagamento favorito dos brasileiros, mas as transferências entre pessoas ainda respondem pela maioria das operações (45%). No comércio, fazer um Pix ainda não é tão fácil.
A quantidade de passos necessários para finalizar uma compra é um desestímulo à escolha do meio de pagamento, na comparação com a praticidade disponibilizada pelos cartões. É preciso abrir o aplicativo do banco, entrar na área do Pix, copiar um código ou usar um QR Code, pagar e então ainda esperar para ver se a compra foi finalizada com sucesso. É comum no comércio on-line, por exemplo, o “abandono do carrinho”.
O Banco Central, responsável pelo Pix, destaca que a utilização de pagamentos por aproximação já é amplamente disseminada no mercado brasileiro e que a novidade deve aumentar a presença do Pix. Dados da indústria de cartões mostram que a modalidade já representava 65% de todas as transações presenciais em setembro de 2024.
“Com a obrigatoriedade de adesão das instituições detentoras de conta, esperamos que a oferta de pagamentos no comércio utilizando esse serviço cresça”, disse o BC, em nota. As informações são do portal de notícias O Globo.