Por Redação O Sul | 12 de fevereiro de 2025
O ano de 2024 foi movimentado para o cinema norte-americano. Entre filmes de sucesso como Wicked, Moana 2 e Anora, uma tendência foi notada por um estudo da Universidade Estadual de San Diego – o protagonismo feminino está em alta em Hollywood.
Publicada por Martha Lauzen, professora de cinema e fundadora do Centro de Estudos de Mulheres na Televisão e no Cinema da universidade, a pesquisa descobriu que, entre os 100 filmes mais populares dos Estados Unidos no ano passado, 42% deles foram protagonizados por uma atriz.
O dado é inédito e acompanha outro recorde – pela primeira vez na história recente, a porcentagem de protagonistas femininas é similar à porcentagem de protagonistas masculinos entre os 100 filmes com maior bilheteria nos Estados Unidos. Para efeito de comparação, em 2023 a diferença era gritante – apenas 28% dos filmes foram protagonizados por mulheres. É o segundo ano consecutivo em que há crescimento no número.
“O ano de 2024 ofereceu uma das seleções mais ricas de filmes com protagonistas femininas dos últimos tempos. Essas mulheres fictícias lutaram contra relacionamentos pessoais insatisfatórios e ambientes de trabalho discriminatórios. Filmes como A Substância se opuseram fortemente a uma cultura que considera as mulheres descartáveis”, disse a professora Martha Lauzen em um comunicado à imprensa.
Diversidade
Apesar das boas notícias, nem todas as descobertas do estudo foram positivas para a luta pela diversidade. Em 2024, a porcentagem de personagens femininas em papéis com falas aumentou apenas 2 pontos porcentuais, atingindo 37%, enquanto a porcentagem de personagens femininas principais (mas não protagonistas) subiu um único ponto porcentual, chegando a 39%. Em 72% dos filmes analisados, havia mais personagens masculinos do que femininos em papéis com falas.
Em relação a raça e etnia, 2024 também foi um período de mudanças: 67,3% das personagens femininas principais eram brancas (aumento em relação a 54,7%), 17,4% eram negras (aumento em relação a 16,7%), 4,3% eram latinas (diminuição em relação a 7,6%), 6,4% eram asiáticas ou asiático-americanas (diminuição em relação a 6,7%), 0,4% eram nativas americanas (diminuição em relação a 0,6%), 0,4% eram árabes (diminuição em relação a 0,9%) e 1,1% (quase igual a 1,2%) eram de múltiplas raças e etnias.
O estudo ainda apontou que o gênero dos roteiristas e diretores também influencia na presença masculina e feminina em um longa. Em filmes com pelo menos uma mulher diretora e/ou roteirista, as mulheres preenchiam 81% dos papéis protagonistas. Em filmes com diretores e/ou roteiristas exclusivamente homens, as mulheres representavam 33% dos protagonistas. (Estadão Conteúdo)
