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Brasil Com a popularidade em queda, Lula cobra “atitude” da Petrobras

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O presidente fez as declarações duas semanas depois de a Petrobras reajustar, no começo do mês, os preços do diesel. (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a Petrobras e o governo “levam a fama” quando é preciso reajustar preços dos combustíveis. Segundo ele, a gasolina e o diesel são vendidos nas bombas pelo dobro do preço praticados pelas refinarias da estatal. Lula defendeu que a Petrobras “tome uma atitude” e venda combustíveis diretamente para os grandes consumidores, pois “o povo é assaltado pelo intermediário”.

O presidente fez as declarações duas semanas depois de a Petrobras reajustar, no começo do mês, os preços do diesel. A estatal não mexia nos preços do derivado havia mais de um ano. A fala também ocorre quando Lula está sob pressão pela queda acentuada de popularidade, segundo pesquisas.

A Petrobras vem há tempos tentando mostrar que recebe apenas uma parte do valor de cada litro de gasolina ou diesel vendido na bomba. No caso da formação do preço da gasolina, por exemplo, a empresa diz que a parcela que lhe cabe corresponde a 34,7% do preço total na média praticada no País. Há ainda impostos federais (10,8%), tributos estaduais (23,1%), custo do etanol anidro adicionado (13,8%) e margens de distribuição e revenda (17,6%).

No caso da venda direta defendida por Lula, a já vem fazendo contratos com grandes consumidores envolvendo óleo diesel. Em evento recente, o diretor de comercialização da Petrobras, Claudio Schlosser, citou como clientes a Vale e uma companhia de ônibus. Schlosser disse que a tem conversado com outras empresas para ampliar a parceria. Os volumes e os valores não foram divulgados.

Segundo a Petrobras, a venda direta de diesel para grandes consumidores, regulamentada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), tem como objetivo complementar o portfólio de soluções comerciais ofertadas.

O formato também permite que a apresente o diesel com maior parcela renovável, o diesel R5, para os consumidores de maneira mais simples: “É uma forma de nos aproximar do consumidor”, disse Schlosser.

Marcus D’Elia, sócio da Leggio Consultoria, afirmou que a parcela do custo do combustível referente à distribuição e revenda é, em média, de cerca de 18%. Parte deste valor refere-se a custos logísticos e operacionais, que existirão para entregar o combustível também ao grande consumidor. Outro ponto, salientou, é o fato de a Petrobras, como produtora de diesel e gasolina, não poder comercializar produtos diretamente a consumidores: “O fornecimento direto ocorre apenas mediante autorização e para o uso em programas de teste e desenvolvimento de produtos.” É o caso dos contratos com a Vale.

Ao participar de cerimônia de lançamento de licitação, pela Transpetro, de oito navios gaseiros e de assinatura de protocolo de intenções para revitalização de plataformas em fim de vida útil, na segunda-feira (17), Lula dirigiu-se à presidente da estatal, Magda Chambriard, para pedir que se reforçasse a comunicação sobre o que acontece na formação dos preços dos derivados. “É importante informar ao povo quem é o responsável disso, para xingar o filho da mãe quando aumenta o preço”, disse Lula. Acrescentou que os Estados são responsáveis pela cobrança do ICMS, cujo valor em reais por litro foi reajustado.

Como ocorreu em outras cerimônias envolvendo a Petrobras, Lula criticou a venda de ativos da petroleira e a privatização de estatais. Citou Eletrobras e Vale e afirmou que a extrema direita ganhou a batalha da comunicação de que o Estado é corrupto e ineficaz, como justificativa para a venda de empresas públicas. Disse também ser necessário assumir a responsabilidade de defender com mais coragem “aquilo que a gente acredita”, que é o papel do Estado indutor do desenvolvimento, senão “vão tentar privatizar” a Petrobras

Em meio à popularidade mais baixa dos três mandatos no Planalto, segundo pesquisa recente Datafolha, Lula aproveitou o evento para adotar tom eleitoral. O petista criticou mais uma vez a Lava-Jato. Lula ficou preso após investigações da operação apontarem que o petista teria recebido um triplex no Guarujá como propina da empreiteira OAS. Lula foi condenado no processo, mas a ação foi anulada após o Supremo Tribunal Federal (STF) entender que a Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar o caso.

“Resolveram transformar a Lava-Jato numa espécie de caça-níquel contra os trabalhadores da Petrobras e contra todos que neste país defendem a Petrobras”, disse Lula. A mesma tônica foi adotada por aliados na cerimônia. “A Lava-Jato destruiu a indústria nacional, a engenharia nacional, além de toda a injustiça que fizeram contra o presidente”, disse a representante dos trabalhadores no conselho de administração da Petrobras, Rosângela Buzanelli. Apesar das críticas, as investigações da Lava-Jato resultaram em processos motivados por denúncias de corrupção e desvios de recursos da Petrobras. As informações são do portal Valor Econômico.

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