Sábado, 22 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de fevereiro de 2025
Segundo Gonet, Bolsonaro seria líder da organização criminosa responsável pelos “atos lesivos” à democracia.
Foto: Marcelo Camargo;Agência BrasilO procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, afirmou que o relatório da Polícia Federal (PF) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, que teria sido praticada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, revelou “fatos que surpreendem e abismam”.
A afirmação consta em documento enviado na terça-feira (18) ao Supremo Tribunal Federal (STF), com a denúncia contra Bolsonaro e outras 33 pessoas.
“Em lances argutos e por meios eficazes, a Polícia Federal celeremente conseguiu desvendar fatos que surpreendem e abismam, com notável percuciência técnica e inteligência investigativa”, escreveu Gonet. O PGR acrescentou que “o extenso relatório produzido é de louvável minúcia; nele há exata indicação de fontes, provas e indícios altiloquentes; nessas evidências baseia-se também a denúncia”.
Em novembro do ano passado, a PF concluiu a investigação e apresentou ao STF um relatório indiciando 37 pessoas. Depois, foi apresentado um complemento, e o número chegou a 40. Desde então, a PGR vinha analisando o material. Dez nomes que haviam sido indiciados ficaram de fora da denúncia, inclusive o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Por outro lado, a acusação incluiu conclusões de outra investigação da PF, sobre o bloqueio de estradas realizado no dia do segundo turno da eleição de 2022. Por isso, foi incluído o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques e a ex-diretora do Ministério da Justiça Marília Ferreira de Alencar.
Segundo a PGR, Bolsonaro seria líder da organização criminosa responsável pelos “atos lesivos” à democracia. O órgão também destaca que o objetivo do grupo era mantido por meio de um “projeto autoritário de poder”.
“Enraizada na própria estrutura do Estado e com forte influência de setores militares, a organização se desenvolveu em ordem hierárquica e com divisão das tarefas preponderantes entre seus integrantes”, diz a denúncia.
Agora, caberá ao STF avaliar o caso. Se aceita, a denúncia é o marco inicial de uma ação penal. Abre-se um processo no tribunal, e os investigados passam à condição de réus. O processo transcorre com fases como a defesa e a coleta de provas e depoimentos.