Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de fevereiro de 2025
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, em novembro do ano passado, o monitoramento das linhas de telefones fixo e móvel relacionadas ao tenente-coronel Mauro Cid, delator no inquérito que apurou uma tentativa de golpe de Estado. A decisão de Moraes se deu diante de contradições na delação do militar que foram apostadas pela Polícia Federal. O ministro também determinou o monitoramento das visitas presenciais realizadas ao delator.
No dia 19 de novembro do ano passado, a Polícia Federal ouviu Cid e apontou inconsistências em seu depoimento. O ministro, então, marcou uma audiência com o tenente-coronel no dia 21 de novembro, mas entendeu que até lá, Cid precisaria ser monitorado.
A PF havia encaminhado ao ministro um documento no qual listava algumas contradições na delação de Cid, o que contrariava o termo de delação assinado por ele. O tenente-coronel havia dito, por exemplo, que os militares denunciados Rafael Martins De Oliveira e Hélio Ferreira haviam participado em uma reunião na casa do general Braga Netto na qual se discutiu o plano golpista porque queriam “dar um abraço” no general.
A polícia destacou, no entanto, que o avanço das investigações revelou que os dois tiveram “participação relevante dentro do contexto de planejamento operacional realizado pela organização criminosa para consumação de um golpe de Estado”.
Outra informação levada por Cid que foi questionada pelos investigadores foi em relação à reunião de militares das Forças Especiais do Exército, apelidados de “kids pretos”, no dia 28 de novembro de 2022. Cid não informou a real finalidade do encontro, que era planejar ações voltadas a pressionar o comandante do Exército a aderir ao golpe”. O delator também não levou informações completas sobre o monitoramento de Moraes
“O cotejo dos elementos probatórios identificados revela que o colaborador omitiu informações relevantes para o esclarecimento dos fatos investigados, em tentativa de minimizar a gravidade dos fatos”, escreveu o delegado.
Na época, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, chegou a pedir a prisão de Cid. “As informações trazidas pela autoridade policial denotam conjuntura na qual o material produzido pela investigação em curso revelou inconsistências nas informações fornecidas por Mauro César Barbosa Cid em seu Acordo de Colaboração Premiada. […] O colaborador omitiu dados ou buscou minimizar situações de alta gravidade, referentes a atos concretos voltados à ruptura institucional almejada pelo grupo do qual fazia parte”, ressaltou. As informações são do jornal O Globo.