Sábado, 22 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de fevereiro de 2025
"Ela falava para a gente fazer alguma coisa", disse Mauro Cid sobre Michelle
Foto: Isac Nóbrega/PRA ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro entrou em pânico ao ver a mudança da família sendo retirada do Palácio da Alvorada, em Brasília, no final de dezembro de 2022, revelou o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, em sua delação premiada.
De acordo com o relato, Michelle ficou “desesperada” e pediu que fosse tomada alguma medida diante da iminente saída do seu marido do cargo. “Quando ela viu a mudança saindo, ela quase pirou, entrou em pânico”, disse Cid, destacando que a ex-primeira-dama pressionava pessoas próximas para que “fizessem alguma coisa”.
Questionado pelos investigadores sobre o que Michelle teria dito exatamente, Cid confirmou: “Ela falava para a gente fazer alguma coisa, tinha que fazer alguma coisa”.
Além de Michelle, Eduardo Bolsonaro, Magno Malta, Onyx Lorenzoni, Gilson Machado e o general Mário Fernandes são apontados como figuras que atuavam para tentar manter Bolsonaro no poder.
De acordo com Cid, o general Mário Fernandes era um dos mais ativos na tentativa de convencer militares a aderirem ao golpe. “Ele ia falar com generais, falava com o comandante do Exército, Freire Gomes, tentando convencê-los. Ele era muito ostensivo, escrevia nos grupos de WhatsApp militar sobre isso”, revelou.
Segundo o tenente-coronel, Fernandes quase foi punido pelo alto comando do Exército devido à sua insistência na narrativa golpista. Cid também mencionou que Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, era um dos maiores incentivadores da ideia de que Bolsonaro deveria deixar o Brasil antes da posse de Lula.
Segundo Cid, Machado chegou a vazar informações para a imprensa com o objetivo de pressioná-lo e criar um racha dentro do bolsonarismo.