Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de fevereiro de 2025
A tensão entre os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil) tem se intensificado, evidenciando conflitos estruturais no governo Lula que vão além de questões pessoais. A disputa entre os dois ministros ganhou novos contornos em meio às discussões sobre a reforma ministerial e a queda na popularidade do presidente.
Enquanto alguns setores atribuem a queda na popularidade de Lula às políticas econômicas de Haddad, especialmente relacionadas ao Pix, análises de políticos apontam que o principal fator seria a inflação dos alimentos, impulsionada pela valorização do dólar frente ao real.
Na Casa Civil, Rui Costa mantém-se inabalável em sua posição, contando com total confiança do presidente Lula, apesar das críticas generalizadas ao seu método de trabalho e ao relacionamento com outros ministérios. A indicação de Miriam Belchior como número 2 da Casa Civil, feita diretamente por Lula sem consultar Costa, criou uma configuração peculiar no ministério: ao invés do tradicional “morde e assopra”, a atual gestão é caracterizada por um estilo duplamente assertivo.
Um dos pontos críticos da atual estrutura governamental está na gestão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sob responsabilidade de Miriam Belchior na Casa Civil. Esta configuração tem gerado conflitos institucionais, já que a Casa Civil, tradicionalmente mediadora entre a área econômica e os ministérios que demandam recursos, agora também possui interesse direto em gastos através do PAC.
A reforma ministerial em curso tende a afetar principalmente o PT, que deve perder ministérios para o Centrão. O partido busca adiar as mudanças, na expectativa de minimizar as perdas. Para o colunista do portal de notícias UOL José Roberto de Toledo, o problema central está na própria estrutura do governo, que privilegiou ex-governadores em posições-chave, como Rui Costa, que mantém forte ligação com seus estados de origem.
Conflitos estruturais
A atual arquitetura governamental, com conflitos estruturais não resolvidos e disputas entre ministérios-chave, apresenta-se como um desafio significativo para a administração Lula. A solução desses impasses mostra-se fundamental para reverter a tendência de queda na popularidade do governo e garantir a efetividade das políticas públicas.
A Casa Civil, sob comando de Rui Costa, tem recebido críticas da Esplanada, mas mantém respaldo presidencial para continuar seu trabalho. O ministro, que prioriza questões relacionadas à Bahia, seu estado de origem, exemplifica um dos dilemas da atual composição ministerial: a forte conexão dos ex-governadores com suas bases eleitorais locais em detrimento de uma visão mais ampla da gestão federal. As informações são do portal de notícias UOL.