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Colunistas Separatismo na sociedade: a quem realmente interessa?

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A discriminação é uma chaga na sociedade e não pode ser defendida sob nenhuma circunstância

Foto: Divulgação
A discriminação é uma chaga na sociedade e não pode ser defendida sob nenhuma circunstância. (Foto: Divulgação)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Atualmente, vivemos em uma sociedade cada vez mais dividida, onde as diferenças se tornam motivos de conflitos.

O que vejo são heterossexuais vs homossexuais, homens vs mulheres, negros vs brancos, direita vs esquerda e assim por diante: todos parecem estar em lados opostos de uma batalha que se intensifica a cada dia.

O que deveria ser um espaço de diálogo, se transforma em uma arena onde o lema “dividir para conquistar” ressoa fortemente neste conflito.

Nesse contexto, é fundamental refletir sobre a quem realmente interessa esse separatismo social. Ao abrir as redes sociais, deparo-me diariamente com um verdadeiro campo de batalha, que confesso, muitas vezes também participei.

As pessoas se atacam, se defendem e se separam em grupos cada vez mais fechados e antagônicos.

A sociedade, ao invés de avançar, está retrocedendo. É como se tivéssemos esquecido que a diferença é a essência de nossas vidas, como diriam os franceses: “vive la différence”.

Cada um tem seu ponto de vista, sua história, sua vivência. Por que não podemos apenas nos ouvir, respeitando opiniões contrárias sem tentar impor nosso ponto de vista de todas as maneiras?

O respeito deve ser a base de qualquer interação. O gay ou bissexual merecem todo o respeito do mundo; no entanto, devemos ter cuidado para proteger as crianças e garantir que discussões sobre gênero sejam feitas de forma apropriada — como em um ambiente acadêmico, e não em uma escola primária ou infantil.

Da mesma forma, os homens devem entender que a violência — independentemente do motivo — nunca é a solução. Lembrando que homicídio provém do latim, de “homo”, que significa homem no contexto de raça, é uma composição do radical grego “homo” com o latino “cide”. E, em grego, “homo” quer dizer “homem”, o mesmo que semelhante, abrangendo todos os gêneros.

Não deveria haver separatismo na lei quando se trata de violência, todos os gêneros deveriam estar protegidos por uma política mais dura e heterogênea para aqueles que cometerem crimes, “todos devem ser iguais perante a lei”, mas na prática a coisa não funciona bem assim.

E quando falamos sobre raça? Os negros ou afrodescendentes devem lutar por igualdade, mas será que essa luta deve ser pautada por cotas e discriminação? Não somos todos iguais? O racismo só se perpetuará enquanto houver essa divisão, devemos nos aterrar em uma maior consciência humana e não racial.

E o verdadeiro racista? Esse sim merece ser punido com todos os rigores da lei, mas há de se ter cuidado na hora de identificar quem são realmente os verdadeiros racistas, para que a justiça prevaleça, para que pessoas inocentes não sejam presas ou processadas por provas baseadas apenas em narrativas.

A discriminação é uma chaga na sociedade e não pode ser defendida sob nenhuma circunstância.

As mulheres, essas maravilhosas educadoras do mundo, precisam ser protegidas. Porém, as leis criadas para garantir sua segurança não podem ser usadas como armas contra os homens por motivos de vingança, interesses pessoais ou financeiros.

A violência é uma questão universal e deve ser tratada com rigor igualitário. Estamos vivendo um separatismo social onde cada grupo tenta se posicionar acima do outro em vez de buscar a união.

É hora de acordarmos! Se não conversarmos civilizadamente buscando compreender as experiências uns dos outros, estaremos apenas alimentando essa divisão que poderá trazer consequências catastróficas no futuro.

Muitos não percebem que tudo isso se insere em um sistema maior de controle das massas, causando cegueira ideológica e muitas vezes levando a atitudes extremas.

E quem mais sai ganhando com isso, além de um pequeno grupo que faz qualquer coisa para se perpetuar no poder?

O Brasil tem o sistema judiciário mais caro do mundo, além das regalias da classe política, usurpando milhões de reais dos cofres públicos para manter suas mordomias, enquanto o povo se digladia diariamente em nome daqueles que não dão a menor importância para suas vidas ou condição social.

Em meio à fome, miséria, desemprego, inflação, corrupção e falta de infraestrutura no país, diversas incertezas pairam no ar, enquanto números e resultados positivos são forjados por instituições que até pouco tempo eram muito respeitadas…

Precisamos nos unir em busca de um mundo mais justo e igualitário, onde as diferenças sejam celebradas, e não usadas como armas, ou mesmo uma forma de suprimir a meritocracia, e calar vozes contraditórias.

Um exemplo prático disso é garantir que todos tenham acesso à mesma qualidade de ensino, independentemente de cor, raça, religião ou orientação sexual, que essa seja uma conquista individual e não coletiva, onde aqueles que mais se sobressaiam tenham direito a um preparo adequado de acordo com as suas capacidades pré-desenvolvidas.

A educação deve ser um direito universal; é por meio dela que podemos construir uma sociedade mais equitativa onde cada indivíduo tem a oportunidade de prosperar e contribuir para o bem comum, mas nunca devemos esquecer, que em nossa condição humana, somos sim diferentes uns dos outros, no que tange nossas capacidades individuais e intelecto.

Para isso acontecer, é fundamental que a educação seja padronizada para todos, sem viés político ou ideológico. Isso permitirá que os estudantes se destaquem com base em seu mérito individual, assim, aqueles que realmente se destaquem, poderão contribuir para o crescimento da sociedade como um todo, sem serem excluídos por questões de gênero, raça ou qualquer outra característica discriminatória, assim no futuro, ninguém vai olhar diferente para um médico ou engenheiro, suspeitando de sua competência e talento, em razão de sua origem étnica, pondo em dúvida se ele está ali por competência ou algum tipo de cota.

Isso sim é inclusão: promover o crescimento humano não apenas individual, mas coletivo da sociedade contemporânea através da meritocracia, porque no fim isso vai beneficiar todos, trazendo para o mercado profissionais mais qualificados e preparados para melhor contribuir e servir à sociedade, afinal de contas, acredito que todos gostariam de sermos atendidos por profissionais graduados por sua competência e não por algum tipo de cota inclusiva, que possa vir a colocar em dúvida sua competência no futuro.

Que possamos refletir sobre nossas atitudes e buscar um caminho de entendimento e respeito mútuo. A verdadeira mudança começa quando deixamos de lado as divisões e nos unimos em prol do bem maior. Onde possamos evitar cometer os mesmos erros do passado. Assim, juntos, podemos construir um futuro mais harmonioso e justo para todos.

Fabio L. Borges, jornalista e cronista gaúcho

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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