Quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de fevereiro de 2025
Campanhas publicitárias e desfiles incluem homens e mulheres da terceira idade, que trazem novas narrativas para o universo fashion.
Foto: ReproduçãoA era das capas de revistas e passarelas dominadas apenas por jovens está ficando para trás. Modelos com mais de 60 anos estão conquistando cada vez mais espaço na moda, mostrando que beleza e elegância não têm idade. Com cabelos grisalhos e um estilo autêntico, eles desafiam padrões e ampliam a diversidade no setor.
Essa tendência reflete mudanças no mercado e na sociedade. Com o envelhecimento da população e o aumento da longevidade, marcas e agências perceberam a importância de representar consumidores mais velhos. Hoje, campanhas publicitárias e desfiles incluem homens e mulheres da terceira idade, que trazem novas narrativas para o universo fashion.
A britânica Daphne Selfe, de 95 anos, é um exemplo desse fenômeno. Considerada a modelo mais velha do mundo ainda em atividade, ela iniciou a carreira aos 20 anos, mas voltou aos holofotes décadas depois. Seu sucesso demonstra que o estilo e a atitude podem transcender gerações.
No Brasil, o mercado também acompanha essa mudança. Agências especializadas em modelos maduros vêm ganhando espaço, impulsionadas por um público que busca identificação na moda. Marcas renomadas passaram a investir nesse segmento, convidando idosos para estrelar campanhas e participar de desfiles.
Para especialistas, a representatividade na moda tem impacto direto na autoestima dos idosos. “Ver pessoas da mesma faixa etária estampando campanhas e desfilando nas passarelas fortalece a autoconfiança e desafia estereótipos sobre envelhecimento”, afirma a consultora de moda Ana Lemos.
O crescimento dessa tendência também se reflete nas redes sociais. Modelos seniores acumulam milhares de seguidores, inspirando diferentes gerações. O sucesso de influenciadores como Iris Apfel, ícone fashion aos 102 anos, demonstra que estilo não tem prazo de validade.
Além da valorização da beleza madura, o movimento incentiva mudanças no consumo. Marcas que apostam na diversidade etária criam roupas e acessórios voltados para esse público, atendendo às suas necessidades sem abrir mão da sofisticação e modernidade.
A indústria da beleza também acompanha esse novo momento. Cosméticos para peles maduras e campanhas que exaltam os sinais do tempo ganham força, substituindo o discurso de rejuvenescimento por um olhar mais natural e positivo sobre o envelhecimento.
No entanto, desafios ainda existem. Apesar dos avanços, a presença de idosos na moda ainda é pequena se comparada a outros perfis. “Precisamos de uma mudança cultural mais ampla, que normalize essa diversidade e amplie oportunidades para modelos maduros”, ressalta a publicitária Clara Nogueira.
Mesmo assim, o futuro parece promissor. O crescimento desse movimento indica que a moda está cada vez mais inclusiva e aberta a diferentes formas de beleza. O envelhecimento, antes visto como um obstáculo, agora se torna um símbolo de estilo e autenticidade.