Sábado, 01 de março de 2025
Por Redação O Sul | 28 de fevereiro de 2025
O Brasil registrou um déficit de US$ 8,655 bilhões na conta corrente em janeiro, conforme revelou o Banco Central (BC) na última quinta-feira (27). Em dezembro, o déficit havia sido um pouco mais elevado, totalizando US$ 9,033 bilhões. A situação do mês de janeiro esteve alinhada com as previsões de mercado, já que a mediana da pesquisa Projeções Broadcast apontava um rombo de US$ 8,50 bilhões. As estimativas dos analistas variaram, todas indicando um déficit, com valores que iam de US$ 10,7 bilhões a US$ 7,4 bilhões.
Esse resultado representa o maior déficit registrado para o mês de janeiro desde 2020, quando a conta corrente do Brasil fechou com um saldo negativo de US$ 10,777 bilhões. Quando se analisa o acumulado nos últimos 12 meses, observa-se que o déficit subiu de 2,79% do Produto Interno Bruto (PIB) em dezembro de 2024 para 3,02% em janeiro deste ano, um aumento significativo que marca o maior índice desde setembro de 2022.
Na balança comercial, o Brasil registrou um superávit de US$ 1,223 bilhão em janeiro, de acordo com os dados da metodologia do Banco Central. No entanto, as contas de serviços e de renda primária mostraram saldos negativos. A conta de serviços registrou um déficit de US$ 4,552 bilhões, enquanto a conta de renda primária ficou com um saldo negativo de US$ 5,613 bilhões. A conta financeira, por sua vez, apresentou um déficit de US$ 9,976 bilhões.
O Banco Central projeta que, ao longo de 2025, o déficit nas transações correntes do Brasil deve atingir US$ 58,0 bilhões, o que corresponderia a 2,7% do PIB. Essa estimativa foi divulgada no mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI), e reflete a previsão do governo para o comportamento da balança de pagamentos do país nos próximos meses.
Em relação à dívida externa, o BC estima que ela atingiu US$ 350,349 bilhões em janeiro, o que representa um aumento em relação aos US$ 345,964 bilhões registrados em dezembro. A dívida externa de longo prazo foi de US$ 262,398 bilhões, enquanto a dívida de curto prazo foi de US$ 87,951 bilhões.
Outro dado relevante foi o desempenho da conta de viagens internacionais, que registrou um déficit de US$ 979 milhões em janeiro. Esse déficit reflete a diferença entre os gastos dos brasileiros no exterior e os gastos dos estrangeiros no Brasil. Em janeiro de 2024, esse déficit foi de US$ 865 milhões. Os brasileiros gastaram US$ 1,784 bilhão fora do País, enquanto os turistas estrangeiros gastaram US$ 805 milhões no Brasil. Para o ano de 2024, a previsão é de que essa conta de viagens registre um déficit de US$ 12,330 bilhões. (Estadão Conteúdo)