Sábado, 01 de março de 2025
Por Redação O Sul | 28 de fevereiro de 2025
Uma campanha deflagrada nesta semana pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul reforça o alerta para a necessidade de atenção redobrada, durante as festividades de Carnaval, em relação aos riscos de transmissão do vírus HIV (responsável pela aids) e outas infecções sexualmente transmissíveis. O foco é a prevenção.
Com peças divulgadas sobretudo nas redes sociais, a mobilização – intitulada “Bloco Eu Me Amo” – é voltada à população em geral, com base em uma ideia simples: curtir a folia sem deixar de lado o autocuidado. Isso implica o uso do preservativo nas relações sexuais, dentre outros “lembretes”.
A campanha também reforça a importância de que o indivíduo com com HIV mantenha não apenas esse tipo de cuidado: é fundamental manter o tratamento em dia, preservando-se a qualidade de vida.
Principais orientações
– Use sempre a camisinha. Caso ocorra algum deslize em relação a essa diretriz, informe-se sobre testes rápidos e medicamentos a serem ministrados após uma relação sexual sem a devida proteção. Nos postos de saúde é possível obter esclarecimentos.
– Se você vive com HIV/Aids, continue se cuidando e não pause o tratamento. “Há sempre uma estratégia de prevenção que se adapta ao seu estilo de vida”, salienta a SES.
– Lembre que o consumo de álcool e outras drogas tende a reduzir a capacidade de avaliar riscos.
Epidemia generalizada
De acordo com dados da divisão de Doenças de Condições Crônicas, da SES, o Rio Grande do Sul é o 5º Estado no ranking de maiores taxas de infecção por HIV no Brasil. A Região Metropolitana de Porto Alegre apresenta uma epidemia generalizada de infecções sexualmente Transmissíveis (IST).
Isso significa que 1% da população adulta (a partir dos 18 anos) vive com o vírus, mesmo sem manifestar seus sintomas. Em relação à sífilis, pesquisas apontam que em torno de 7% da população gaúcha possui o agravo.
Entre janeiro de 2013 e junho de 2024 (dado mais recente), o Estado registrou 39.686 casos de infecção pelo HIV. O número corresponde a mais de 45% do total de 87.716 casos na Região Sul do País durante o período.
A análise da série histórica mostra uma tendência inicial de crescimento no número de casos até 2015. Mas essa alta foi sucedida de uma queda significativa (32,6%) em 2020, marcando um período de retração. Já em 2021, observou-se um incremento de 10% nos casos em relação ao ano anterior. A média anual de novos casos conhecidos desde então também preocupa as autoridades: 2.633.
Quanto aos dados da aids (nome derivado da sigla “Síndrome da Imunodeficiência Adquirida”), em 2023 a taxa de detecção no Rio Grande do Sul foi de 24,4 casos para cada 100 mil habitantes – retração de 43,5% no comparativo com 2013, quando esse índice era de 43,2.
Desde 2014, a taxa tem apresentado queda contínua, alcançando o menor valor da série histórica em 2020 (22,2/100 mil habitantes). Em comparação a outras unidades da Federação, o Estado subiu uma posição no ranking nacional, em função de um aumento de 1,24%, ficando agora em 5º lugar, com taxa de 24,4. No topo está Roraima (41,5), seguido por Amazonas (32,5), Pará (26,2) e Santa Catarina (25,8).
Ao analisar os dados sobre óbitos por aids, o Rio Grande do Sul apresenta números acima da média nacional. O coeficiente do Estado em 2023 o coloca na 4ª posição, com 6,3 óbitos a cada 100 mil habitantes. Na comparação a 2022, houve redução de 13,7%.
(Marcello Campos)
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