Sábado, 01 de março de 2025
Por Redação O Sul | 28 de fevereiro de 2025
A definição sobre quais partidos irão assumir as comissões da Câmara ocorrerá nas primeiras semanas de março.
Foto: ReproduçãoO Partido dos Trabalhadores (PT) já assume a possibilidade de desistir da Comissão de Educação como primeira opção de pedida entre os colegiados da Câmara dos Deputados, na tentativa de evitar que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, assuma o comando da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden). O partido do presidente Lula também articula uma aliança com o PSDB, ou outro partido de centro, para que o posto no colegiado não seja assumido pelo bolsonarista.
A Creden é a comissão que representa a Câmara diante de organismos internacionais, além de debater e votar projetos relacionados a política externa ou relações diplomáticas do País. A definição sobre quais partidos irão assumir as comissões da Câmara ocorrerá nas primeiras semanas de março.
Por ser o mais partido da Casa, o PL tem prioridade na escolha, começando com duas pedidas. A legenda deve priorizar a Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), além da Comissão de Saúde, que tem o maior volume de verbas.
Em seguida, é a vez do PT, segunda maior legenda da Câmara, escolher a comissão de preferência. A princípio, a opção do partido seria a Comissão de Educação, mas a mudança pela Creden deve ocorrer, se não houver acordo com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que um partido de centro assuma.
Após a escolha do PT, o PL volta a ter direito a escolha. Por isso, a preocupação dos petistas de Eduardo Bolsonaro pressionar para essa terceira pedida.
“Não podemos deixar que Bolsonaro use a instituição da Câmara dos Deputados para fazer ataques a soberania e a autoridades brasileiras”, disse o líder do PT, Lindbergh Farias.
Na última quarta-feira (26), o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que poderá barrar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de entrar no país ou até mesmo de deportá-lo, caso a legislação entre em vigor e o magistrado esteja em solo americano. A articulação foi feita pelo deputado Eduardo Bolsonaro com representantes do partido Republicano nos EUA.
Também na quarta, o perfil oficial do escritório do Departamento de Estado americano para o Hemisfério Ocidental publicou uma referência às decisões do Supremo.
“Respeito pela soberania é uma via de mão dupla para todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil. Bloquear o acesso à informação e impor multas a companhias sediadas no território americano por se recusar a censurar pessoas residentes nos Estados Unidos é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”, dizia o post no X.
Na semana passado, Moraes determinou a suspensão da rede social Rumble no Brasil, porque a empresa não cumpriu sua ordem de derrubada de publicações do blogueiro Allan dos Santos, foragido nos EUA. As informações são do portal de notícias O Globo.