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Mundo Trump estarrece o mundo ao humilhar o presidente da Ucrânia em plena Casa Branca

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Zelensky foi recebido pelo colega norte-americano na sexta-feira (28). (Foto: EBC)

Jamais o mundo viu cenas como a que opôs em pleno Salão Oval da Casa Branca, na sexta-feira (28), o presidente norte-americano Donald Trump e seu vice, J. D. Vance, ao ucraniano Volodymyr Zelensky. O visitante havia sido convidado a assinar um acordo de cooperação que permitisse aos Estados Unidos explorarem minério ucraniano, em troca de apoio militar e de negociações capazes de encerrar a guerra contra a Rússia.

Em vez disso, os dois anfitriões humilharam Zelensky com truculência inédita diante das câmaras. As imagens já têm lugar na História como evidência da guinada que o governo Trump imprime à política internacional desde que assumiu o cargo, há pouco mais de um mês.

Zelensky compareceu à reunião na Casa Branca mesmo sabendo que seria forçado a concordar com termos menos vantajosos no documento que assinaria — não havia garantia de segurança dos Estados Unidos à Ucrânia, por exemplo. Mesmo que ele estivesse disposto a ceder, o clima foi tenso.

Trump criticou Zelensky por odiar o russo Vladimir Putin, responsável pela invasão da Ucrânia. Quando o visitante argumentou que não se deve confiar em Vladimir Putin – conhecido por já ter quebrado diversas promessas, J. D. Vance respondeu que tal alerta era “um desrespeito a Donald Trump”.

Daí em diante, Zelensky foi atacado até o fim. Humilhado pelos anfitriões, no fim das contas acabou indo embora sem assinar qualquer documento. Em uma rede social, porém, ele agradeceu ao líder norte-americano: “A Ucrânia precisa de paz, justa e duradoura. Estamos trabalhando exatamente para isso”. Líderes europeus reagiram, de forma unânime, em apoio ao ucraniano.

Zelensky está repleto de razão ao desconfiar das intenções de Putin, tratado com deferência pelo governo norte-americano desde a posse de Trump. Em 1994, no chamado “Memorando de Budapeste”, os ucranianos abriram mão de seu arsenal atômico em troca do respeito à soberania do país e da proteção política e diplomática de Estados Unidos, Reino Unido e Rússia em caso de agressão.

Décadas depois, Putin tornou o documento letra morta com a invasão da Crimeia. Em 2022, voltou a invadir território da Ucrânia, imaginando que voltaria a tomar conta do país como nos tempos da então União Soviética (1917-1991).

Graças às armas do Ocidente e aos soldados ucranianos, a aposta deu errado. Mas desde então a guerra tem provocado dezenas de milhares de mortes, perturbado a geopolítica e a economia global e deixado o mundo perplexo.

E parece evidente que Putin continuará sua expansão territorial, se tratado com benevolência em qualquer acordo. É nisso que acreditam os europeus e era nisso que acreditava o governo americano. Mas Trump está convencido do contrário.

Dentre as diatribes que disparou no Salão Oval, afirmou que Zelensky arrisca provocar uma Terceira Guerra Mundial se não se render a termos favoráveis aos russos. Para ele, a negociação de paz é como um jogo de cartas em que vence quem tem a melhor mão. “Você não tem as cartas agora”, disse a Zelensky. “Não estamos jogando cartas”, ouviu em resposta do ucraniano.

Constatar o óbvio — a geopolítica não é um jogo de cartas — infelizmente não persuadirá um governo comandado por alguém como Trump. O mundo entrou numa fase mais perigosa. Ninguém confiará mais num país que trata aliados históricos como aproveitadores. Por isso, a Europa desenha seu futuro para alcançar independência militar dos Estados Unidos, assim como o Canadá e outras democracias.

A busca por rearmamento e novas alianças traz incertezas, mas é preciso conter as ambições imperiais de Putin. É delas que vem o risco de uma Terceira Guerra Mundial. (O Globo)

 

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