Segunda-feira, 03 de março de 2025
Por Redação O Sul | 2 de março de 2025
Israel decidiu adotar a proposta do enviado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Steve Witkoff, para um cessar-fogo temporário em Gaza. De acordo com o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o período previsto para a pausa no confronto contra o grupo extremista Hamas na região se estenderá durante o Ramadã e a Páscoa judaica.
Em 2025, a celebração islâmica do Ramadã acontece entre 28 de fevereiro e vai até 30 de março (a duração é de 29 dias). Já a Páscoa judaica ocorre entre os dias 12 e 20 de abril.
Não há informações sobre planos para a trégua seguir após estas celebrações.
Nesse sábado (1º), Israel bloqueou a entrada de qualquer ajuda humanitária na Faixa de Gaza, exigindo que o Hamas concorde com um plano dos EUA para uma extensão do cessar-fogo.
A primeira fase do cessar-fogo acordado entre as duas partes expirou no sábado e, segundo o gabinete de Benjamin Netanyahu, o Hamas até agora se recusou a aceitar uma extensão temporária proposta pelo enviado de Donald Trump, Steve Witkoff.
Um porta-voz do Hamas disse que bloquear suprimentos para Gaza era “chantagem barata” e um “golpe” no acordo de cessar-fogo. O grupo pediu que os mediadores interviessem no caso. O porta-voz do grupo extremista, Hazem Qassem, disse que “a decisão de Netanyahu de interromper a ajuda para Gaza mostra mais uma vez a face feia da ocupação israelense.”
“A comunidade internacional deve pressionar o governo israelense para parar de matar nosso povo de fome.”
O Hamas quer que a fase dois do acordo prossiga conforme negociado originalmente, com a libertação de reféns e prisioneiros palestinos e a retirada das forças israelenses de Gaza.
Fim da 1ª fase
O primeiro cessar-fogo entrou em vigor em 19 de janeiro, depois de mais de 15 meses de um conflito desencadeado pelo ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023 contra o sul de Israel, o mais letal na história do país. O acordo foi planejado em três fases, e os próximos passos ainda estão sendo negociados. Nessa primeira fase foram realizadas a troca de 33 reféns israelenses e cinco tailandeses por cerca de 2 mil prisioneiros palestinos. A medida era para levar a negociações para construir o fim total da guerra.
Mais cedo, em meio às incertezas sobre a situação em Gaza, o secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiu que a retomada da guerra em na região seria “catastrófica” e instou todas as partes envolvidas a fazerem os esforços possíveis para evitar isso, depois de seis semanas de “respiro” tanto para os palestinos quanto para os israelenses.
Apelo da ONU
“É imperativo que se façam todos os esforços para prevenir o retorno às hostilidades, o que seria catastrófico”, disse Guterresm em comunicado divulgado por seu porta-voz Stéphane Dujarric.
Na nota, Guterres insta todas as partes a “atuarem com máxima moderação e a encontrarem uma forma de avançar para a fase seguinte”.
“Um cessar-fogo permanente e a libertação de todos os reféns são essenciais para prevenir uma escalada e evitar consequências mais devastadoras para a população civil”, ressaltou Guterres.
“As últimas seis semanas proporcionaram um respiro frágil, mas vital, oferecendo certo alívio tanto para os palestinos quanto para os israelenses”, e permitiu a entrada de “assistência vital” para as pessoas de Gaza.
Guterres reiterou sua reivindicação de uma “libertação digna, imediata e incondicional de todos os reféns” e que a ajuda humanitária aos palestinos “continue fluindo sem impedimentos”.
Ao mesmo tempo, o secretário-geral da ONU pediu um “desescalada urgente para a alarmante situação na Cisjordânia ocupada”.