Terça-feira, 04 de março de 2025
Por Redação O Sul | 4 de março de 2025
Trump também deve implementar uma tarifa adicional de 10% sobre os produtos chineses.
Foto: Reprodução/ReutersOs Estados Unidos devem começar a tarifar em 25% os produtos importados de Canadá e México a partir desta terça-feira (4). Além dos países vizinhos, o governo de Donald Trump também deve implementar uma tarifa adicional de 10% sobre os produtos chineses.
O presidente dos EUA vem anunciando gradualmente medidas que visam proteger a indústria local e estimular a produção no país. Havia uma avaliação interna sobre a porcentagem da incidência das novas tarifas, mas Trump anunciou na segunda-feira (3) que seguiria o cronograma com os níveis divulgados inicialmente.
As medidas tarifárias não eram esperadas para serem imediatamente introduzidas. Uma declaração feita pelo presidente republicano na semana passada trouxe certa confusão se as novas taxações seriam implementadas, na verdade, em 4 de abril.
Kevin Hassett, o principal assessor econômico da Casa Branca, afirmou que Trump adotaria as medidas após a conclusão de um estudo até o 1º dia do próximo mês.
“O cronograma prevê a publicação de um estudo em 1º de abril e, depois disso, o presidente decidirá o que fazer em relação às políticas tarifárias para todos os países”, disse ele, mencionando especificamente México e Canadá.
No entanto, o próprio Donald Trump foi às redes sociais esclarecer que o prazo estipulado para abril recai somente sobre tarifas recíprocas a serem adotadas pelos EUA. Depois dos primeiros anúncios da política protecionista do novo governo, alguns países ameaçaram taxar os produtos americanos em resposta.
“As tarifas propostas programadas para entrar em vigor em quatro de março entrarão em vigor, conforme programado. Da mesma forma, a China será cobrada de uma tarifa adicional de 10% nessa data. A data da Tarifa Recíproca de 2 de abril permanecerá em pleno vigor e efeito. Obrigado por sua atenção a este assunto. Deus abençoe a América”, escreveu em sua conta na rede Truth Social.
Em relação às medidas tarifárias sobre Canadá e México, Trump disse que se trata de uma ação para inibir a entrada de drogas desses países nos Estados Unidos.
“Drogas ainda estão chegando ao nosso país, vindas do México e do Canadá em níveis muito altos e inaceitáveis. Uma grande porcentagem dessas drogas, muitas delas na forma de fentanil, são feitas e fornecidas pela China”, afirmou.
“Mais de 100 mil pessoas morreram no ano passado devido à distribuição desses venenos perigosos e altamente viciantes. Milhões de pessoas morreram nas últimas duas décadas. As famílias das vítimas estão devastadas e, em muitos casos, virtualmente destruídas. Não podemos permitir que esse flagelo continue a prejudicar os EUA”, acrescentou.
A presidente mexicana Claudia Sheinbaum afirmou à imprensa na segunda-feira (3) que vai falar sobre as novas tarifas americanas quando elas entrarem em vigor, mas que o México estava pronto qualquer que seja a decisão dos EUA.
Segundo Sheinbaum, o país tem reservas suficientes caso Trump siga com suas pretensões. “Temos um plano B, C, D”, disse a presidente, sem dar detalhes das propostas.
Autoridades mexicanas e norte-americanas se encontraram em Washington na semana passada para abordar políticas comerciais e de segurança, em uma tentativa do México de evitar tarifas.
Sheinbaum descreveu as reuniões em Washington como “cordiais” e disse que a coordenação com os EUA tem sido muito boa até agora.
O Canadá está “pronto” para responder às tarifas dos EUA com suas próprias taxas, disse a ministra das Relações Exteriores canadense, Mélanie Joly.
“Estamos prontos com US$ 155 bilhões em tarifas e estamos prontos com a primeira parcela de tarifas, que é de US$ 30 bilhões”, afirmou.
Joly estava se referindo ao anúncio do Canadá no mês passado de que avançaria com tarifas de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos em resposta às tarifas dos EUA. A primeira fase dessa resposta inclui tarifas sobre US$ 30 bilhões em produtos importados dos EUA, disse o governo canadense no início de fevereiro, antes que ambos os lados concordassem em adiar as taxas até o início de março. As informações são do portal de notícias CNN Brasil.