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Geral Exército brasileiro decide enxugar o efetivo do Comando de Operações Especiais, do qual fazem parte os chamados “kids pretos”

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Após dois meses de estudos, o Estado-Maior da Força Terrestre começou a reformulação da tropa. (Foto: Divulgação)

O Exército brasileiro decidiu diminuir as vagas e retirar curso de formação de militares, além de enxugar o efetivo do Comando de Operações Especiais (COpEsp), do qual fazem parte os chamados “kids pretos”. Após dois meses de estudos, o Estado-Maior da Força Terrestre começou a reformulação da tropa que esteve no centro das operações militares clandestinas durante a tentativa de golpe bolsonarista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O tema foi discutido por generais na semana passada em Brasília, quando o general Guido Amin tomou posse como ministro do Superior Tribunal Militar (STM) e o Alto-Comando do Exército (ACE) se reuniu para decidir promoções. O diagnóstico no Estado-Maior é de que o COpEsp, cuja sede fica em Goiânia, se tornou uma espécie de “exército dentro do Exército”, com autossuficiência excessiva, desempenhando funções além daquelas para as quais foi programado: ações de comandos e de forças especiais.

A primeira medida do general Richard Nunes, chefe do Estado-Maior do Exército, para reverter esse quadro foi retirar do COpEsp o curso de operações psicológicas. Ele foi transferido para o Centro de Estudos de Pessoal (CEP), no Rio. Além disso, o Exército decidiu diminuir o total de vagas no Curso de Ações de Comandos (CAC) de 70 para 48. O curso é feito no Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOpEsp), em Niterói (RJ). Ele é obrigatório para quem pretende ser um kid preto.

A redução das vagas serve para adaptar seu número à necessidade real de formação de militares para o setor. Além da redução na porta de entrada para o COpEsp, um grupo de trabalho da Força Terrestre vai entregar neste mês um relatório para propor o enxugamento de suas organizações militares. A ideia é preservar dos cortes apenas as unidades centrais do COpEsp: o 1º Batalhão de Ações de Comandos e o 1º Batalhão de Forças Especiais.

Além dessas duas organizações, o COpEsp tem outras unidades, como a de guerra bacteriológica e nuclear, o Batalhão de Apoio às Operações Especiais, o Batalhão Administrativo e também a que se tornou um dos alvos do inquérito da Polícia Federal sobre o golpe: o 1º Batalhão de Ações Psicológicas, cujo comandante, o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, foi preso na Operação Tempus Veritatis, em 14 de fevereiro de 2024.

Naquele dia, ao ser questionado por seus superiores, o oficial negou ter feito qualquer coisa de errado. Almeida permanecia preso no Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, quando os generais finalmente tiveram acesso aos áudios apreendidos pela PF, cujo sigilo foi retirado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada.

Em um deles, o tenente-coronel afirmou, após o segundo turno das eleições de 2022: “Esse é o nosso mal: a gente não está saindo das quatro linhas. Vai ter uma hora que a gente vai ter que sair ou então eles vão continuar dominando a gente. É isso, cara, infelizmente é isso”. A revelação dos áudios de Almeida e de outros militares presos renovou o desconforto no Exército e a decisão de se mudar o COpEsp.

A avaliação é de que se trata de um ponto central para recuperar a disciplina e manter a hierarquia na Força Terrestre, evitando a atuação ilegal de militares, fora da cadeia de comando. O material reunido no inquérito do golpe mostrou aos generais que alguns dos denunciados ou réus foram além da simples discussão e das bravatas na internet, colocando o “tanque na rua” – ou seja, eles executaram um tipo de ação militar – Operação Psicológica – para encurralar os generais contrários à ruptura da legalidade.

Essas operações podem ser executadas no meio cibernético mais facilmente sem o conhecimento dos superiores, dentro e fora das casernas. Para os generais, apenas uma parcela pequena de oficiais que se deixaram levar por interesses pessoais, colocando-os acima da instituição e da Pátria, aderiu à tentativa de golpe. Esta é uma das lições aprendidas em razão da sequência de conversas e de documentos reunidos pela investigação policial.

De acordo com a PF, coronéis sob a influência do general Mário Fernandes, então 2.º homem na hierarquia da Secretaria-Geral da Presidência, fizeram operações por fora da cadeia de comando para desacreditar os comandantes do Exército, chamando-os de “melancias” e os pressionando com o objetivo de facilitar o golpe. E, para os generais, não há dúvida de que os acusados tinham ciência do que estavam fazendo. (Estadão Conteúdo)

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