Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 6 de março de 2025
O cineasta Walter Salles, diretor do filme “Ainda Estou Aqui”, doou mais de R$ 1,75 milhão para candidaturas de esquerda nas últimas oito eleições. Ele detém fortuna avaliada em US$ 4,4 bilhões e fez doações para 26 candidaturas desde 2008. São 23 os candidatos contemplados com recursos do cineasta, pois três deles receberam valores do cineasta em mais de um pleito.
As candidaturas apoiadas por Walter Salles são de filiados desde PSOL até PSDB. PSB e PT foram os partidos que mais receberam doações somadas, com R$ 463 mil e R$ 450 mil, respectivamente.
O candidato que recebeu o maior valor em doações do cineasta foi Fernando Gabeira (PV), que disputou a prefeitura do Rio de Janeiro em 2008. Salles doou R$ 230 mil para a campanha do então deputado federal, que perdeu um segundo turno acirrado contra Eduardo Paes (então no PMDB, hoje no PSD).
Todos os valores citados são nominais, ou seja, não foram corrigidos pela inflação do período.
Das 26 candidaturas que receberam doações de Salles, somente cinco foram eleitas. Entre os 21 candidatos que não se elegeram, constam políticos que, após as eleições, chegaram a assumir mandatos na condição de suplentes.
Somente três das 26 candidaturas apoiadas pelo cineasta foram de postulantes a cargos do Executivo: além de Gabeira em 2008, Salles doou para Jorge Viana (PT), candidato ao governo do Acre em 2022, e a Marcelo Freixo (PSOL), que disputou o governo do Rio de Janeiro no mesmo ano. A eleição de 2022 registrou o maior número de candidatos apoiados por Salles, doador de 17 campanhas.
Fortuna
Walter Salles possui uma fortuna avaliada em US$ 4,4 bilhões, segundo cálculo da revista americana Forbes. Convertida para a moeda nacional, o patrimônio de Walter Salles é estimado em R$ 26,4 bilhões. Ele é neto do banqueiro João Moreira Salles, um dos fundadores do Unibanco. A instituição fundiu-se com o Itaú em 2008.
Salles é diretor de “Ainda Estou Aqui”, o primeiro filme brasileiro a receber o Oscar de Melhor Filme Internacional. O cineasta também foi o primeiro a emplacar um longa do Brasil no rol de indicados ao prêmio da Academia de Cinema dos Estados Unidos para filmes em língua estrangeira: “Central do Brasil” foi finalista em 1999, mas acabou superado pelo italiano “A Vida é Bela”.
Seu primeiro longa de projeção foi “Terra Estrangeira”, de 1996, estrelado por Fernanda Torres. Fernanda é uma das intérpretes de Eunice Paiva em “Ainda Estou Aqui”, adaptado de livro de mesmo nome do jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva. (Estadão Conteúdo)