Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de janeiro de 2016
Atravessando um dos piores momentos da sua história, a Petrobras vai cortar pelo menos 30% do número de funções gerenciais em áreas não operacionais. Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta quinta-feira (28), a estatal afirma que possui cerca de 7,5 mil funções gerenciais aprovadas, das quais 5,3 mil em áreas não operacionais.
O corte faz parte da revisão do modelo de gestão e governança da estatal. As medidas podem resultar em uma redução de custos de 1,8 bilhão de reais por ano. “A revisão do modelo ocorre em função da necessidade de alinhamento da organização à nova realidade do setor de óleo e gás e da priorização da rentabilidade e disciplina de capital, além de fortalecer a governança da companhia através de maior controle e conformidade nos processos e da ampliação dos níveis de responsabilização dos executivos”, afirma a Petrobras no comunicado.
Além do corte de gerentes, a reestruturação envolve a fusão de áreas, centralização de atividades, novos critérios para a indicação de gerentes executivos e responsabilização formal de gestores por resultados e decisões. Também serão criados seis comitês técnicos, compostos por gerentes executivos, que terão a função de analisar previamente e emitir recomendações sobre os temas que serão deliberados pelos diretores, que serão corresponsáveis nos processos decisórios.
Crise
No centro das investigações de corrupção da Operação Lava-Jato e sentindo os efeitos da alta do dólar e da queda dos preços internacionais do petróleo, a Petrobras viu o valor de suas ações caírem, no início da semana, ao menor valor desde agosto de 2003, vendidas a 4,20 reais.
Com dificuldades de caixa, a estatal também anunciou, há duas semanas, que reduziu seu plano de investimentos para o período 2015-2019 para 98,4 bilhões de dólares – uma queda de 32 bilhões de dólares, ou 24,5%, ante a projeção inicial. (AG)