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Economia Dia da Mulher: mulheres administram R$ 82,6 bilhões do orçamento de cinco capitais do País

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Cinco mulheres hoje estão à frente de secretarias de Fazenda de capitais. (Foto: Reprodução)

Com idade entre 46 e 70 anos, formação e trajetórias diversas, as cinco mulheres que hoje estão à frente de secretarias de Fazenda de capitais são responsáveis por gerir orçamento municipal total de R$ 82,6 bilhões e têm conjunto de 2,5 mil servidores sob comando em suas pastas. Quatro delas já estavam no cargo em ao menos parte da gestão anterior e foram reconduzidas pelos prefeitos empossados este ano. Embora longe de ser maioria dentre os 26 secretários de Fazenda nas capitais, elas dizem que hoje as mulheres têm mais espaço. Nem por isso parte delas deixou de enfrentar olhares diferentes em relação à sua atuação ou os desafios de quem interrompe a carreira para cuidar dos filhos.

O testemunho delas revela que a ocupação de cargos nas finanças públicas não resulta de uma onda de políticas deliberadas para aumentar a presença feminina. Elas alcançaram o timão ao mostrar que estão prontas, após décadas de navegação profissional, muitas vezes em meio a uma tripulação eminentemente masculina.

Em comum, as cinco secretárias abraçaram o setor público bem antes de ocupar o atual posto de comando, após serem aprovadas em concursos concorridos em algum nível de governo – municipal, estadual ou federal. Em suas trajetórias, abriram caminhos entre as mudanças do dinamismo político e os efeitos que os ciclos econômicos tiveram sobre as finanças e as políticas públicas.

“O fato de as mulheres ocuparem um pouco mais de espaço nas finanças públicas está mais associado à profissionalização da área do que necessariamente à inclusão, diversidade”, diz Giovanna Victer, que aos 49 anos é secretária municipal de Fazenda pela quarta vez, a segunda seguida em Salvador, após duas gestões no mesmo cargo em Niterói (RJ). “Fui chamada para Salvador pelos resultados que tive em Niterói. E quando fui chamada para os cargos, não conhecia nem o prefeito de Niterói nem o de Salvador.”

“Nunca atribuí a chegada à secretaria ao fato de ser mulher. Sou workaholic, gosto do que faço. Para ter respeitabilidade as mulheres têm sempre que estar na frente, o que não é um problema, mas sempre precisamos provar nossa capacidade”, diz Michele Roncalio, que foi a primeira mulher no posto de secretária de Fazenda de Florianópolis. Passou a presidir, neste ano, a Abrasf, que reúne as secretarias de Finanças das capitais.

“Nós somos medidas na nossa capacidade justamente por sermos mulheres”, diz Marcia Helena Hokama, titular da Fazenda de Campo Grande (MS), reconduzida no atual mandato, após assumir a pasta em 2022. Antes já havia sido secretária adjunta, na antiga Secretaria de Finanças e Planejamento.

Os assuntos fiscais, conta Victer, são hoje muito regulados, seja pela STN [Secretaria do Tesouro Nacional], seja pelos tribunais de contas, seja pela controladoria do município. “Quando se trata de uma Secretaria de Fazenda, atualmente se procura perfil com qualificação técnica, o que coloca as mulheres no mesmo pé de competição com homens. A entrada das mulheres acontece naturalmente porque elas estão preparadas a posição. “No caso de Salvador, o orçamento é de R$ 12,5 bilhões. O caixa é de mais de R$ 3 bilhões. Independentemente do gênero, é preciso uma pessoa que possa gerenciar isso.”

A decana do grupo, Ana Maria Pellini, de 70 anos, secretária da Fazenda de Porto Alegre, tem longa trajetória no Poder Executivo e foi pioneira em vários postos bem antes de chegar à Fazenda da capital gaúcha. “Eu fui a primeira mulher em vários cargos. No Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul fui a primeira diretora-geral mulher. Na Secretaria da Segurança Pública fui a primeira mulher que foi diretora-geral, e fiquei como secretária da pasta em um curto período, quando fui também a primeira mulher a exercer o cargo. A primeira e única, porque depois disso não teve mais”, disse.

Natural de Caxias do Sul (RS), Pellini se mudou para a capital do Estado com 18 anos para estudar ciências contábeis na UFRGS, quando ingressou na Secretaria Estadual da Fazenda, como operadora de máquina de contabilidade, cargo que “agora está nos museus”, brinca. Ela tem também experiência no governo federal, no qual foi secretária-executiva nos ministérios de Meio Ambiente e Cidadania.

Nascida no Distrito Federal, Victer também atuou na esfera federal. Formada em ciência política na Universidade de Brasília, ocupou cargo em comissão na Secretaria-geral da Presidência da República entre 2000 e 2002. Após mestrado no exterior, passou em concurso público federal como especialista em políticas públicas e gestão governamental, trabalhou no Ministério das Cidades e conheceu a forma de atuação das prefeituras. O convite para a Secretaria de Fazenda de Niterói, conta, veio a partir dessa experiência.

Secretária de Fazenda da Prefeitura do Rio de Janeiro, Andrea Senko, hoje com 56 anos, tem trajetória que se conecta com a de várias mulheres Formada em economia pela PUC-RJ, ela trabalhou de 1991 a 1998 no setor privado. Quando nasceu a primogênita de seus três filhos, optou por se dedicar à família. “Tive a oportunidade de dar uma pausa na minha carreira e quando quis retornar, foi mais difícil conseguir uma oportunidade no setor privado. Fiquei quase dez anos fora. E aí a grande dificuldade é mostrar para o mercado que a energia, a vontade de trabalhar e a ambição continuam.” Foi então que Senko prestou concurso estadual para analista de gestão e planejamento no Rio de Janeiro. “Não me arrependo. Voltei a estudar, abriu um mundo novo para mim.” As informações são do jornal Valor Econômico.

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