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Política Ex-ministro José Dirceu abre temporada de campanha, diz que governo está “sitiado” e pede ajuda para sustentar Lula

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A festa do ex-poderoso “capitão do time” no primeiro mandato de Lula reuniu onze ministros.

Foto: Lula Marques/ABr
A festa do ex-poderoso “capitão do time” no primeiro mandato de Lula reuniu onze ministros. (Foto: Lula Marques/ABr)

Saudado como “comandante” em sua festa de aniversário, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) abriu a temporada de avisos para a campanha a deputado federal, em 2026. Ao comemorar 79 anos, na terça-feira (11), Dirceu fez um discurso cheio de alertas: disse que o governo Lula está “sitiado”, cobrou sustentação política dos partidos aliados e afirmou que setores da direita começam a “dormir com o inimigo”.

A festa do ex-poderoso “capitão do time” no primeiro mandato de Lula reuniu onze ministros, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deputados e senadores do PT ao Centrão, além de amigos da velha guarda.

Passava um pouco de 21 horas quando Dirceu subiu em um tablado montado dentro de um bar-restaurante de Brasília para dizer que era preciso “cerrar fileiras” em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Para vencer as eleições de 2026, nós temos que governar agora. E todos aqui sabem que nós governamos em minoria”, disse o ex-presidente do PT. “Por que o Brasil está nessa crise permanente de crescimento de voo de galinha?”, perguntou. Ele mesmo respondeu: “Por causa da concentração de renda, da estrutura tributária e do capital financeiro hegemônico”.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia deixado o salão quando Dirceu discursou. Haddad teve uma passagem relâmpago pela festa: cumprimentou o ex-ministro, posou para selfies e foi embora. “Eu vim aqui só para tirar foto”, brincou.

Nas rodas de conversa um dos principais assuntos era a vertiginosa queda de popularidade de Lula. Petistas não tinham uma receita pronta para tirar o Planalto das cordas e mostravam apreensão com os rumos do governo. Havia quem pregasse uma guinada à esquerda, sob o argumento de que o presidente pagava o preço de ter se tornado refém do Centrão, que capturou o Orçamento. Outros diziam que Lula havia perdido o timing da reforma ministerial.

Diante desse clima, Dirceu tratou de pedir que os partidos aliados mudassem sua visão para entender “o mundo em que vivemos hoje”.

“Quando se fala do terceiro governo do presidente Lula, estamos falando de um governo sitiado por uma conjuntura internacional, que nos impõe (como reação) a aliança política com todos aqueles que defendem a soberania, a democracia e esse estado de bem-estar social”, afirmou o ex-ministro da Casa Civil.

Na sua avaliação, a soberania do Brasil “está ameaçada” por bolsonaristas que viajam para “pregar a traição nacional e a intervenção dos Estados Unidos e das bigh techs nos assuntos internos”. Embora não tenha citado o nome do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Dirceu não deixou dúvidas sobre quem falava. “O momento que vivemos no mundo é um momento em que os tambores da guerra estão batendo, como na década de 20/30. O fascismo e a extrema direita vão tomando o governo de vários países”, insistiu.

Logo em seguida, o ex-ministro mostrou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é um alvo sobre o qual o PT deve prestar atenção para a disputa de 2026.

Não tenhamos ilusões com relação às intenções e aos objetivos do bolsonarismo. E o pior: setores da direita começam a dormir com o inimigo e apresentam o Tarcísio como se fosse alternativa ao bolsonarismo, quando, na verdade, é o próprio bolsonarismo”, observou.

(Vera Rosa/Estadão Conteúdo)

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