Sexta-feira, 14 de março de 2025
Por Cláudio Humberto | 14 de março de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Com seu governo rejeitado pela maioria dos brasileiros, até em Estados do Nordeste, e pressionado pela aprovação recorde de governadores de direita, Lula (PT) começa a se mexer para tentar dividir a oposição. Sua jogada de ousadia é atrair o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), oferecendo-lhe a vaga de vice da chapa do PT para presidente da República em 2026, ainda que ele próprio não pretenda a reeleição. Fontes do governo garantem que as conversas estariam avançadas.
Silêncio intrigante
O entendimento explicaria o silêncio de Ratinho Jr, único governador conservador que não defende Bolsonaro ou presos políticos de 8 de Janeiro.
Aliados negam
Políticos ligados a Ratinho negam adesão à jogada. Eles temem que o eleitor paranaense, com sua repulsa histórica ao PT, sinta-se “traído”.
Preço alto demais
A adesão de Ratinho Jr teria um preço: seu apoio a eventual candidatura de Gleisi Hoffmann ou de alguém por ela indicada ao governo do Paraná.
Alckmin volta a SP
Se a adesão de Ratinho Jr for confirmada, o vice Geraldo Alckmin (PSB) seria “forçado” a disputar o governo de São Paulo ou vaga no Senado.
Cultura virou “comitê” de Lula, denuncia deputado
“O PT e seus puxadinhos não têm limites! Transformaram programa de R$ 58 milhões, que deveria incentivar a cultura, em caixa paralelo para bancar campanhas de aliados”, denunciou o deputado Evair de Melo (PP-ES), que pediu investigação formal no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Ministério Público Eleitoral para apurar desvios de recursos do Programa Nacional de Comitês de Cultura. “A Cultura não pode ser transformada em comitê eleitoral do governo”, protestou.
Ministra precisa explicar
O deputado também pediu a convocação da ministra Margareth Menezes (Cultura) para se explicar na Câmara dos Deputados.
Só esculacho
“Todo dia é esculacho na cara do povo. Isso é corrupção descarada, um assalto ao dinheiro público para perpetuar o projeto de poder”, diz Evair.
Consumado
A denúncia é de que recursos do PNCC foram usados para abastecer campanhas de petistas e aliados nas eleições municipais de 2024.
Pode isso, Constituição?
O STF deveria explicar notícia do jornal O Globo de que quatro ministros se queixam de falta de “acesso” a Lula e que “decisões importantes” são tomadas de forma isolada, “compartilhadas” apenas com Janja. Humm…
Regalo e insegurança
A decisão do STF anulando o mandato de sete deputados, nenhum deles filiado ao PT, é um constrangedor presente ao governo Lula. Só a oposição perde. E reforça o avanço da insegurança jurídica, jogando no lixo regras com as quais os deputados foram legitimamente eleitos.
Machismo ativista
Ao listar as mulheres que Lula nomeou e omitir as que ele demitiu, Gleisi Hoffmann citou a presidente do Superior Tribunal Militar como escolha do petista. Lorota. Maria Elizabeth Rocha foi eleita pelos ministros do STM.
É só se dobrar
A aprovação das novas regras para emendas parlamentares, a primeira votação do Congresso sob nova administração, revelou o tamanho do governo, quando tem apoio do Centrão: 361 na Câmara e 64 no Senado.
Gastança às escuras
Janja não aguentou a enxurrada de críticas e fechou seu perfil na rede social Instagram. O “Janjômetro”, que monitora seus gastos, já registra R$ 117,2 milhões na conta do pagador de impostos desde 2023.
Ninguém para
“Querem que eu pare de divulgar os gastos da Janja… é muito fácil, é só pedir para a Janja parar de gastar”, disse o deputado estadual Guto Zacarias (União-SP), criador do Janjômetro, em entrevista ao podcast Diário do Poder, sobre as ameaças que recebeu – incluindo do governo.
Caminho alternativo
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que teve candidatura presidencial frustrada em 2022, afirmou que os tucanos conversam com o Podemos como alternativa à fusão com o PSD.
Inversão
Carlos Jordy (PL-RJ) aponta a hipocrisia de Gleisi Hoffmann (SRI), que se diz “indignada com bolsonaristas” que denunciaram a fala misógina de Lula sobre mulher bonita: “Não era para ela ficar indignada com [Lula]?”.
Pensando bem…
…ostentação nas redes sociais é para influencer.
PODER SEM PUDOR
Cola tudo
Na campanha de 1986, o empresário Camilo Cola disputava vaga no Senado pelo PMDB do Espírito Santo. Os adversários logo batizaram sua chapa de “Macaca”, que seriam as iniciais de Max Mauro, (Gerson) Camata e o milionário dono da viação Itapemirim. Mas o que tirou Camilo Cola do sério, levando-o a recorrer à Justiça Eleitoral, foi a distribuição de um certo cartaz. Dizia: “se a sua filha perdeu a virgindade, não se preocupe: Camilo cola”. A brincadeira pegou e ele o empresário acabou perdendo a eleição.
* Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos
* Instagram: @diariodopoder
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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