Segunda-feira, 17 de março de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Mulheres no comando: após dois séculos, o Exército brasileiro pode ter ainda este ano suas primeiras generais

Compartilhe esta notícia:

Hoje, dois nomes estão aptos para ascender ao topo da hierarquia.(Foto: Reprodução e Comando Militar do Sul)

Fundado em 1822, o Exército brasileiro poderá ter sua primeira mulher oficial-general a partir de novembro, quando o Alto Comando realizará um novo ciclo de promoções. Hoje, dois nomes estão aptos a ascender ao topo da hierarquia: as coronéis Carla Lobo Loureiro e Carla Maria Clausi. Ambas são da turma de oficiais médicos de 1997 e passarão por análise para general de brigada em outubro, com possível definição no mês seguinte.

Desde que as Forças Armadas permitiram o alistamento voluntário de mulheres, mudança que entrou em vigor este ano, o Exército tem priorizado ações que reforcem o comprometimento com a inclusão feminina na carreira militar. Nesse cenário, pessoas ligadas ao debate afirmam que há a expectativa de que o Alto Comando indique uma mulher a general até o início de 2026.

Essa decisão, tomada pelo comandante da instituição, Tomás Paiva, e por 16 generais de Exército (nomenclatura dada aos militares da ativa que foram promovidos à quarta estrela), é sugerida, por meio do Ministério da Defesa, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode ou não acatar o nome. Uma negativa por parte do chefe do Executivo, contudo, é rara.

A promoção de coronel para general, e o número de promovidos, depende das vagas abertas — ou seja, o coronel precisa esperar que um general entre para a reserva. Os nomes passam por avaliações rigorosas do Alto Comando e são escolhidos a partir de dois principais pontos: antiguidade e merecimento.

Homenageada pela ONU

Carla Clausi tem no currículo o fato de ter sido a primeira mulher no comando de uma unidade militar do Exército. Em 2015, ela assumiu a direção do Hospital de Guarnição de João Pessoa. Na época, virou notícia pelos ataques machistas que recebeu nas redes sociais. Comentários em uma postagem na conta oficial do Exército atribuíam a escolha “ao marido” ou ao fato de ela ser “filha de algum figurão”.

Nem um nem outro. Em seus 28 anos de carreira militar, Clausi acumula um longo currículo de serviços prestados. Formada em Medicina pela Universidade Federal do Paraná e com especialização em cardiologia clínica e em terapia intensiva, ela ingressou no Exército em 1996, como tenente temporária.

No ano seguinte, fez a prova para entrar na carreira de oficial médica e concluiu em primeiro lugar o curso de formação na Escola de Saúde do Exército, em 1997. Carrega ainda no histórico uma missão no Haiti, onde salvou crianças sob escombros do desabamento de um prédio em 2008, o que a levou a ser homenageada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Clausi deixou a direção do Hospital de Guarnição de João Pessoa em 2017, quando foi para Brasília atuar na 11ª Região Militar. No início da pandemia da Covid-19, em 2020, já lotada na capital federal, a coronel contribuiu para a elaboração da estrutura do Hospital de Campanha montado para receber os 34 brasileiros repatriados da China, na Operação Regresso à Pátria Amada Brasil.

Hoje, a coronel divide a vida militar com o trabalho na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base, no Distrito Federal. Lá, a médica atua no setor coronariano, que trata pacientes com problemas cardíacos.

Procuradas, tanto Clausi quanto a colega, as duas cotadas para o generalato, não quiseram se manifestar sobre o processo de promoção. A exposição não costuma ser bem recebida pelos oficiais de alta patente.

Carla Lobo Loureiro, por sua vez, exerce o posto de inspetora de Saúde da 12ª Região Militar, em Manaus. Formada em Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especializada em otorrinolaringologia, dedicou anos da carreira como médica do Comando de Aviação do Exército.

Ela também foi pioneira no comando feminino de duas organizações militares de saúde. Primeiro, no Hospital de Guarnição de Florianópolis, onde trabalhou de 2019 a 2022, e no Hospital Militar de Área de Porto Alegre (HMAPA), que dirigiu até dezembro de 2023. As informações são do portal O Globo.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Comissão de Ética da Presidência da República diz que shows de ministra da Cultura podem ser pagos com verbas públicas
Em meio a tensões no PT, o aniversário da ex-prefeita de São Paulo e ex-ministra Marta Suplicy propiciou um raro encontro público entre Lula e seu ex-ministro da Casa Civil José Dirceu
https://www.osul.com.br/mulheres-no-comando-apos-dois-seculos-exercito-brasileiro-pode-ter-ainda-este-ano-as-primeiras-generais-da-sua-historia/ Mulheres no comando: após dois séculos, o Exército brasileiro pode ter ainda este ano suas primeiras generais 2025-03-16
Deixe seu comentário
Pode te interessar