Segunda-feira, 17 de março de 2025

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Brasil “Todo governo responsável deve tentar manter a inflação sob controle”, diz um dos “pais” do Plano Real

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Pedro Malan foi presidente do Banco Central (1993-1994) e ministro da Fazenda (1995-2002). (Foto: Divulgação)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preocupado com o custo dos ovos. Com razão, já que o preço do produto subiu mais de 15% só no último mês. Diversos fatores contribuem para essa alta, que afeta outros países, até com mais intensidade. Por trás de qualquer processo inflacionário, há um mecanismo em comum, ressalta o economista Pedro Malan, um dos “pais” do Plano Real (1994), que acabou com uma inflação de quase 5.000% ao ano.

Ele conhece o assunto. Afinal, durante os dois governos seguidos do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi presidente do Banco Central (1993-1994) e ministro da Fazenda (1995-2002).

“A inflação é sempre o resultado de algum descompasso entre a expansão da demanda e a capacidade produtiva da economia”, ressaltou em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo”.

O ex-ministro de 82 anos acrescenta que a lógica que explica o processo de alta dos produtos não muda. Assim como não muda a preocupação com suas consequências: “Do ponto de vista social, o pior imposto que a sociedade pode impor sobre os seus mais pobres e mais vulneráveis é uma inflação alta, crônica e crescente, porque ela significa a erosão do poder de compra do salário do trabalhador”.

Os mais ricos, continua o ex-ministro, conseguem se defender da inflação com seus investimentos, por exemplo, mas os mais pobres não têm esse tipo de margem: “Portanto, é uma medida profundamente injusta do ponto de vista distributivo. E é a razão pela qual todo governo responsável tem obrigação de tentar manter a inflação sob controle e uma situação fiscal sustentável”.

Trincas

Malan explica algumas tríades que considera foram muito importantes em sua vida, desde o início. “Isso continua sendo até hoje a maneira pela qual eu olho o Brasil e seu futuro”.

O ex-ministro relata que, durante o seu curso universitário, no começo dos anos 1960, percebeu que política, economia e sociedade não são campos distintos: cada uma dessas esferas sofre pressões derivadas das outras duas.

Outras duas trincas abordadas por Pedro Malan têm a ver com o tempo: curto, médio e longo prazos de um lado, e o passado, presente e futuro de outro. Dizendo-se fascinado por história, o ex-ministro afirma que a condição necessária para vislumbrar os futuros possíveis é saber como o passado nos trouxe até o momento presente.

O economista ainda menciona a tríade formada pela dimensão nacional, regional e global. “Nenhum país é uma ilha”, diz. “O Brasil tem pretensões legítimas de ter peso no mundo.”

Ele finaliza dizendo que essas análises se aplicam a momentos decisivos da história recente, como a negociação da dívida externa brasileira (quando ele precisou conciliar os interesses de mais de 800 credores) e o próprio Plano Real. Menciona, também, a criação do tripé macroeconômico, dentre outros itens. O então ministro esteve na linha de frente em todos. (Folha de São Paulo)

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