Terça-feira, 18 de março de 2025
Por Redação O Sul | 17 de março de 2025
No último domingo (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro foi acompanhado por nomes de peso da direita em sua manifestação na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Ao lado do capitão, no trio elétrico, discursaram os governadores Cláudio Castro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), entre outras lideranças bolsonaristas.
A manifestação, marcada por discursos inflamados e a presença de figuras influentes do bolsonarismo, visava reforçar o apoio à agenda política do ex-presidente, principalmente em relação à anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
Não passou, porém, despercebida a ausência de alguns aliados — muitos dos quais devem sua popularidade, em boa parte, à bênção de Bolsonaro —, que preferiram não marcar presença ao lado do ex-presidente no evento. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, por exemplo, não compareceu e justificou ao portal Metrópoles que estava se recuperando de um “procedimento cirúrgico estético”, sem fornecer mais detalhes sobre a natureza do procedimento.
Além disso, os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também faltaram à manifestação, mesmo sem compromissos previstos em suas agendas oficiais. A ausência desses líderes estaduais, que têm se posicionado com crescente independência de Bolsonaro, é vista por analistas como parte de uma estratégia para dissociar suas imagens do ex-presidente.
À medida que o cerco da Justiça se fecha contra Bolsonaro, investigado por seu suposto envolvimento na tentativa de golpe de Estado, esses governadores estão cada vez mais focados em construir uma imagem própria, enquanto disputam o voto do eleitorado de direita para as eleições presidenciais de 2026.
Ainda na noite de domingo, em entrevista veiculada na Globonews, Caiado defendeu a anistia aos presos pelos atentados de 8 de janeiro de 2023, uma pauta central do ato bolsonarista, e publicou um trecho em seu Instagram citando “a manifestação de hoje, em Copacabana”, na legenda. No entanto, o governador goiano gerou atritos com bolsonaristas ao anunciar sua pré-candidatura ao Planalto em 22 de fevereiro, apenas três dias após a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Jair Bolsonaro.
Com um público menor que o esperado, Bolsonaro e seus aliados reforçaram a defesa da anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. Durante o evento, o presidente do STF, Alexandre de Moraes, foi alvo de críticas, xingamentos e ameaças. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi criticado pelo aumento dos preços, um dos principais pontos de insatisfação da oposição. (Revista Veja)