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Mundo Documentos secretos sobre a morte de John Kennedy serão divulgados nesta terça-feira, diz Trump

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John F. Kennedy foi morto em 22 de novembro de 1963, enquanto desfilava em carro aberto na cidade de Dallas, no Texas. (Foto: Reprodução)

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que os documentos secretos que dizem respeito à morte de John Kennedy serão divulgados na próxima terça-feira (18). O republicano havia anunciado em janeiro a retirada do sigilo sobre as investigações do assassinato do então presidente, um crime que chocou o mundo e, segundo muitos americanos, permanece um caso sem solução.

Nesta segunda (17), durante uma visita ao Kennedy Center, Trump afirmou que 80 mil páginas relacionadas ao caso serão divulgadas pela sua administração.

John F. Kennedy foi morto em 22 de novembro de 1963, enquanto desfilava em carro aberto na cidade de Dallas, no Texas.

Mais de 60 anos depois, a cena ainda repercute na memória coletiva dos EUA — e alimenta diversas teorias da conspiração. A investigação oficial aponta um ex-fuzileiro naval que teria agido sozinho, Lee Harvey Oswald, como autor dos disparos, mas proponentes de versões alternativas jogam a responsabilidade pelo crime em Cuba, na CIA e até na máfia.

“Tudo será revelado”, disse Trump, após a assinatura da ordem executiva revogando o sigilo.

Conheça, a seguir, a versão oficial e as especulações alternativas sobre o ocorrido:

Comissão Warren, a versão oficial

Seis dias após a morte de Kennedy, o presidente Lyndon B. Johnson, que assumiu em seu lugar, criou a Comissão Warren, para dar a palavra final sobre o assassinato. Johnson estava sendo pressionado pela opinião pública após a morte do principal suspeito, Lee Harvey Oswald, dois dias após a morte de Kennedy, em frente às câmeras de TV que transmitiam imagens ao vivo.

A comissão concluiu que o presidente havia sido morto por Oswald e que ele agiu sozinho. Os investigadores concluíram também que Oswald foi morto por Jack Ruby, dono de uma boate com ligações com a máfia — e que este também agiu sozinho.

Um dos principais pontos da investigação da comissão é a “teoria da bala única”. Ela aponta que o primeiro tiro, que atingiu a nuca de Kennedy e saiu por sua garganta (e que, embora o tenha deixado gravemente ferido, provavelmente não foi fatal), foi o mesmo que atingiu o governador texano John Connally.

O relatório final atesta que os tiros foram todos disparados por Lee Harvey Oswald do sexto andar de um depósito de livros escolares na Elm Street, que estava vazio devido a uma reforma.

O principal registro usado pela comissão (e pelos conspiracionistas) é o chamado Filme de Zapruder, uma filmagem sem som de cerca de 30 segundos registrada em cores pelo cinegrafista amador Abraham Zapruder. Apesar de não ser o único registro em filme, é o que mostra o evento mais nitidamente.

O nome da comissão vem de Earl Warren, então presidente da Suprema Corte americana. Seus principais membros eram senadores e deputados (um republicano e um democrata de cada Casa do Legislativo), o diretor da CIA, Allen Dulles, e o alto funcionário John McCloy. Outras comissões governamentais e legislativas investigaram o caso nas décadas seguintes, que colocaram dúvidas sobre algumas de suas conclusões.

Desconfiança, ceticismo e teorias alternativas

O relatório final da Comissão Warren foi alvo de desconfiança desde o momento em que foi publicado. Analistas apontam dúvidas, omissões e falhas, como o fato de o médico pessoal de Kennedy — que testemunhou a ação e assinou seu atestado de óbito — não ter sido ouvido.

Outro ponto especialmente contestado é a “teoria da bala única”, que, segundo críticos, exigiria que o projétil descrevesse uma trajetória impossível para ferir Kennedy e Connally. Estes críticos alegam que a conclusão da comissão, apelidada de “teoria da bala mágica”, é conveniente para direcionar para a conclusão de que Oswald teria agido sozinho, sendo o autor de todos os disparos.

Além disso, muitos apontam que o Filme de Zapruder mostra a cabeça de Kennedy, ao receber o segundo tiro, inclinando-se rapidamente para trás e caindo para a esquerda, o que indicaria um tiro disparado de frente e à direita.

Ao rodar os instantâneos um por um, investigadores concluíram que a cabeça do presidente é jogada ligeiramente para frente antes do movimento brusco para trás, o que poderia ser tanto resultado do projétil quanto de uma frenagem do carro, visto que Kennedy já estava ferido. Uma outra comissão, em 1975, concluiu que o movimento para trás é resultado de uma reação neuromuscular.

Há ainda quem diga que o Filme de Zapruder tenha sido manipulado posteriormente, após ser apreendido pelas autoridades.

Segundo o promotor Vincent Bugliosi, desde 1963, um total de 42 grupos, 82 assassinos e 240 pessoas já foram acusadas de ter algum envolvimento com o assassinato de John F. Kennedy. As informações são do portal G1.

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