Quarta-feira, 19 de março de 2025
Por Redação O Sul | 18 de março de 2025
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chorou ao falar da conversa que teve com Jair Bolsonaro sobre sua decisão de permanecer nos Estados Unidos por tempo indeterminado e se licenciar de seu mandato de parlamentar.
O deputado participou de uma transmissão ao vivo no YouTube no canal da Revista Timeline, com o jornalista Luís Ernesto Lacombe, o apresentador Max Cardoso e o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que está foragido nos EUA.
Questionado sobre como foi a conversa com Bolsonaro referente à decisão de não retornar ao Brasil, Eduardo chorou, fez uma pausa e disse:
“Ele queria que eu estivesse por perto. Ele foi entendendo meus argumentos e aceitou a decisão.”
Eduardo fez novos ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e culpou o magistrado por não retornar ao Brasil.
“Muita gente disse: ‘Pode vir, ele [Moraes] não vai pegar seu passaporte’. A gente não pode esperar decência ou moralidade desse tipo de pessoa. Como falei, ele é um psicopata. E se resolver me prender igual fez com Daniel Silveira? Tem muita coisa que pesa quando a gente toma essa decisão”, afirmou Eduardo.
O parlamentar deixou claro que um de seus objetivos principais, ao permanecer nos EUA, é estimular sanções daquele país contra Moraes. O PT chegou a pedir a apreensão do passaporte do deputado, e o ministro solicitou uma manifestação da Procuradoria-Geral da República sobre o caso.
“Se Alexandre de Moraes quer prender meu passaporte ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar seus crimes nos EUA, então é justamente aqui que vou ficar e trabalhar mais do que nunca”, afirmou ele. “Abdico temporariamente do meu mandato, irei me licenciar sem remuneração, para que eu possa me dedicar integralmente para que eu possa buscar as devidas sanções para os violadores dos direitos humanos.”
O deputado afirmou que permanecerá nos EUA para “lutar” pela anistia aos presos pela tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 e que só retornará ao Brasil quando Moraes for punido por “abuso de autoridade”.
O deputado era cotado para assumir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, que seria a primeira pedida do PL entre as comissões permanentes. A ideia seria usar o cargo para uma aproximação institucional com o governo americano, comandado por Donald Trump. A comissão é responsável pelas relações diplomáticas e consulares da Casa com governos e entidades internacionais. (O Globo)