Por Redação O Sul | 25 de março de 2025
Entre os homens, 52,5% relataram ter sido vítimas de fraude. No caso das mulheres, o percentual foi de 49,3%.
Foto: ABrMetade dos brasileiros (51%) foi vítima de alguma fraude em 2024. Desses, 54,2% sofreram prejuízo financeiro. Os dados fazem parte do Relatório de Identidade e Fraude 2025, divulgado nesta terça-feira (25) pela Serasa Experian, empresa de tecnologia de dados que atua na análise de crédito, autenticação e prevenção a fraudes.
O golpe mais comum foi o uso indevido de cartões de crédito (47,9%), seguido pelo pagamento de boletos falsos ou transações fraudulentas via Pix (32,8%) e pelo phishing, técnica que utiliza e-mails ou mensagens fraudulentas para roubo de dados (21,6%).
A pesquisa ouviu 877 pessoas entre 18 e 65 anos, em todas as regiões do País. A margem de erro é de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos.
Entre os brasileiros que perderam dinheiro em golpes, a maioria teve prejuízo entre R$ 100 e R$ 1 mil. Confira a distribuição dos valores:
• Até R$ 100: 17%
• Mais de R$ 100 a R$ 500: 35,5%
• Mais de R$ 500 a R$ 1 mil: 12,9%
• Mais de R$ 1 mil a R$ 5 mil: 19,5%
• Mais de R$ 5 mil a R$ 20 mil: 3,7%
• Mais de R$ 20 mil: 3,7%
• Não responderam: 7,9%
Entre os homens, 52,5% relataram ter sido vítimas de fraude. No caso das mulheres, o percentual foi de 49,3%.
O estudo também aponta que a incidência de golpes aumenta com a idade. Na faixa de 18 a 29 anos, 40,8% afirmaram ter sido vítimas. No grupo de 30 a 49 anos, o percentual sobe para 51,9%. Entre aqueles com mais de 50 anos, 57,8% disseram ter sofrido fraudes.
Tecnologia
A pesquisa da Serasa Experian revelou que a tecnologia é usada tanto para ampliar a segurança quanto para tornar as fraudes mais sofisticadas.
O uso da biometria facial como método de autenticação cresceu de 59% para 67% entre 2023 e 2024. Entre os entrevistados, 71,8% disseram se sentir mais protegidos ao utilizá-la.
Por outro lado, a pesquisa identificou o uso de inteligência artificial (IA) generativa para a criação de perfis falsos altamente realistas, projetados para burlar verificações de identidade com dados sintéticos. A IA também é usada para tornar ataques de phishing mais sofisticados, com links e mensagens fraudulentas que imitam comunicações legítimas.
Um dos principais recursos utilizados por criminosos são as chamadas deepfakes, imagens geradas por IA que permitem a sobreposição de rostos e vozes em vídeos, criando conteúdo falso de pessoas.
Para o diretor de Autenticação e Prevenção da Serasa Experian, Caio Rocha, é essencial que as empresas aprimorem constantemente suas tecnologias de prevenção a fraudes. “A combinação de diferentes tecnologias pode reforçar a segurança e fortalecer a confiança nos serviços digitais em toda a jornada do consumidor”, afirmou.
Em fevereiro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lançaram a Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias e Digitais. A iniciativa busca atuar na prevenção e repressão a golpes e crimes online.
Uso de documentos
O levantamento da Serasa Experian apontou que o extravio de dados é uma das principais portas de entrada para fraudes. Em 2024, 16,3% dos entrevistados relataram ter tido documentos roubados ou perdidos.
A pesquisa também mostrou que 19% dos entrevistados admitiram ter compartilhado seus dados pessoais com terceiros, aumentando o risco de fraudes.
Os principais motivos para o compartilhamento de informações foram compras online (73,7%), abertura de contas bancárias (20,4%) e obtenção de empréstimos (15,2%).
Mesmo sendo o meio mais visado por fraudes, o cartão de crédito segue como o método de pagamento considerado mais seguro pelos entrevistados, superando os índices registrados em 2023.
